"O povo sírio decidirá o futuro da Síria. Todas as nações devem comprometer-se a apoiar um processo inclusivo e transparente e a abster-se de interferências externas", afirmou Blinken num comunicado.
O secretário de Estado norte-americano adiantou também que os Estados Unidos "reconhecerão e apoiarão plenamente o futuro Governo sírio que emergir deste processo".
"Este processo de transição deve conduzir a uma governação credível, inclusiva e não sectária", afirmou Blinken.
O secretário de Estado referiu que as prioridades dos Estados Unidos são que o futuro Governo sírio "assuma o compromisso claro de respeitar plenamente os direitos das minorias, de facilitar a entrega de ajuda humanitária a todos os necessitados, de impedir que a Síria sirva de base ao terrorismo ou constitua uma ameaça para os seus vizinhos".
A Síria deve também "garantir que quaisquer reservas de armas químicas ou biológicas sejam protegidas e destruídas de forma segura", reiterou.
Para Washington, "cabe agora a todos os grupos da oposição que desejam desempenhar um papel na governação da Síria demonstrar o seu compromisso com os direitos de todos os sírios, com o Estado de Direito e com a proteção das minorias religiosas e étnicas".
O chefe da diplomacia já tinha afirmado, na segunda-feira, que os Estados Unidos estão "determinados" em evitar a "fragmentação do país" e em impedir que o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) se reconstitua na Síria.
"Temos um interesse claro em fazer o que pudermos para evitar a fragmentação da Síria, a migração em massa a partir da Síria e, claro, a exportação do terrorismo e do extremismo", disse Blinken.
Os rebeldes declararam a 08 de dezembro Damasco 'livre' do Presidente Bashar al-Assad, após 12 dias de uma ofensiva de uma coligação liderada pelo grupo islamita Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham ou HTS, em árabe), juntamente com outras fações apoiadas pela Turquia, para derrubar o regime sírio.
Perante a ofensiva rebelde, Assad, que esteve no poder 24 anos, abandonou o país e asilou-se na Rússia.
No poder há mais de meio século na Síria, o partido Baas foi, para muitos sírios, um símbolo de repressão, iniciada em 1970 com a chegada ao poder, através de um golpe de Estado, de Hafez al-Assad, pai de Bashar, que liderou o país até morrer, em 2000.
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