Assassino de CEO estudou manifesto de 'Unabomber': "Violência necessária"

Luigi Mangione, o suspeito de matar Brian Thompson, CEO da UnitedHealthcare, fez uma crítica sobre um manifesto escrito pelo terrorista que ficou conhecido como 'Unabomber'. Indo ao encontro de algumas ideias deixadas no ensaio, Mangione fala de grandes empresas e deixa algumas questões (mas há críticas deixadas pelo irmão do 'Unabomber').

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© REUTERS/Matthew Hatcher TPX IMAGES OF THE DAY

Teresa Banha
11/12/2024 11:36 ‧ há 3 horas por Teresa Banha

Mundo

Luigi Mangione

Luigi Mangione, o suspeito de ter matado o CEO da UnitedHealthcare, deixou, em fevereiro, uma 'review' [crítica] ao livro 'A Sociedade Industrial e Seu Futuro', conhecido como 'Manifesto do Unabomber'.

 

O ensaio foi escrito por Ted Kaczynski [conhecido como 'Unabomber'], que enviou cartas armadilhadas a várias universidades nos Estados Unidos e para um avião da American Airlines, entre 1978 e 1995. A situação resultou em três mortos e 23 pessoas feridas.

A crítica em causa foi escrita no início deste ano no Goodreads, uma plataforma usada como 'estante' - onde os utilizadores partilham aquilo que estão a ler, assim como fazem críticas às obras.

"É fácil escrever rapidamente e sem pensar que se trata do manifesto de um lunático, para evitar enfrentar alguns dos problemas incómodos que identifica. Mas é simplesmente impossível ignorar o quão prescientes se revelaram muitas das suas previsões sobre a sociedade moderna", escreveu Mangione em relação ao ensaio.

O suspeito, de 26 anos, escreve ainda: "Quando todas as outras formas de comunicação falham, a violência é necessária para sobreviver. Podemos não gostar dos seus métodos, mas se virmos as coisas da sua perspetiva, não é terrorismo, é guerra e revolução."

E, no mesmo comentário, refere as empresas que lucram com os combustíveis fósseis: "Estas empresas não querem saber de nós, dos nossos filhos ou dos nossos netos. Não têm dúvidas sobre se devem queimar o planeta por um dólar, então por que razão deveríamos ter dúvidas em fazê-los arder para sobreviver?"

As críticas na 'inspiração'

Após o comentário deixado no Goodreads ter deixado a ideia de que a obra pode ter inspirado - ou influenciado - as suas ações, há quem espere que não. Falamos do irmão de Ted Kaczynski, que foi quem ajudou o FBI a apanhar o terrorista doméstico - curiosamente, após a publicação do manifesto em causa.

O irmão de 'Unabomber' disse à NBC News que esperava que Mangione não estivesse a ver no seu irmão um "modelo a seguir". "As ações dele são como um vírus. Podem ser como um vírus, a não ser que compreendam que ele era um homem muito zangado e perturbado. Não quer dizer que as suas ideias sejam as ideias de um lunático, mas o seu comportamento, creio eu, é o comportamento de um lunático", referiu David Kaczynski.

Nas declarações à publicação norte-americana, ao telefone, Kaczynski acrescentou que o facto de o irmão ter "atribuído uma espécie ou reformulação dos actos violentos como benéficos para a humanidade é um erro terrível".

Ted Kaczynski declarou-se culpado das 16 explosões que provocou e cumpria pena perpétua até ao ano passado, quando foi encontrado morto na prisão.

Ted Kaczynski obrigou o Washington Post, em conjunto com o New York Times, a tomar a decisão, em setembro de 1995, de publicar o seu manifesto de 35 mil palavras. A obra afirma que a sociedade moderna e a tecnologia estavam a conduzir a um sentimento de impotência e alienação.

Leia Também: Google saiu em defesa do McDonald's que 'denunciou' Luigi Mangione

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