França apela a Israel para retirar forças da zona-tampão nos Montes Golã

A França apelou hoje a Israel para que se retire da zona-tampão estabelecida entre o Estado judaico e a Síria e "respeite a soberania e a integridade territorial" do país.

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Lusa
11/12/2024 15:37 ‧ há 9 horas por Lusa

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Síria

"Qualquer implantação militar na zona de separação entre Israel e a Síria constitui uma violação do acordo de retirada de 1974, que deve ser respeitado pelos seus signatários, Israel e Síria", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês num comunicado.

 

Desde a queda do regime do ex-presidente Bashar al-Assad, no domingo, Israel efetuou centenas de ataques na Síria contra instalações militares "para evitar que caiam nas mãos de elementos terroristas", segundo o exército israelita.

O ministro da Defesa israelita, Israel Katz, ordenou na terça-feira ao exército que estabelecesse "uma zona livre de armas e de ameaças terroristas no sul da Síria, sem uma presença israelita permanente", pouco depois da incursão de unidades israelitas na zona-tampão.

A zona, situada no limite da parte dos Montes Golã ocupada e anexada por Israel, foi criada após a guerra de 1973 entre os dois países.

Desde então, a Força das Nações Unidas de Observação da Retirada (UNDOF, na sigla em inglês) tem estado colocada nesta zona para supervisionar o cumprimento do acordo de 1974.

No comunicado de imprensa, a diplomacia francesa reiterou também que "a segurança [da UNDOF] deve ser preservada".

A força multinacional das Nações Unidas, sob o comando do tenente-general nepalês Nirmal Kumar Thapa, contava com cerca de 1.200 efetivos de 11 países em 30 de setembro.

Cabe à UNDOF "manter o cessar-fogo entre Israel e a Síria, supervisionar a retirada das forças israelitas e sírias, e supervisionar as zonas de separação e limitação, tal como previsto no Acordo de Retirada de maio de 1974", segundo o respetivo mandato.

Bashar al-Assad, que sucedeu ao pai Hafez em 2000, fugiu com a família para a Rússia no domingo, pouco antes de uma coligação de rebeldes tomar Damasco e pôr fim a cinco décadas de poder da família do ex-presidente.

A coligação vitoriosa é liderada pela Organização Islâmica de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham, ou HTS, em árabe) e inclui fações pró-turcas.

Os rebeldes lançaram uma ofensiva relâmpago em 27 de novembro a partir da cidade de Idlib, um bastião da oposição, e conseguiram expulsar em poucos dias o exército de Assad das capitais provinciais de Alepo, Hama e Homs, abrindo caminho para Damasco.

Leia Também: Síria: Jordânia e Egito condenam envio de soldados israelitas para fronteira

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