O porta-voz do Ministério do Interior, Mufti Abdul Matin Haqqani, confirmou à agência espanhola EFE que ocorreu uma explosão no interior do ministério, resultado de um atentado, que disse ter sido cometido pelos jihadistas do EI.
Além do ministro Khalilur Rahman Haqqani, um número indeterminado de pessoas morreu no ataque, disseram à EFE fontes do gabinete do porta-voz do departamento do Interior dos talibãs, sob condição de anonimato.
Em comunicado, o governo talibã lamentou a morte de Rahman Haqqani e disse que se tratou de "uma perda significativa para o Emirado Islâmico" (como o regime talibã se autodenomina).
O grupo no poder no Afeganistão ofereceu ainda "uma recompensa de 5 milhões de dólares [cerca de 4,75 milhões de euros] pela cabeça dos inimigos do Islão", referindo-se aos membros do grupo jihadista, que se tornou uma das principais ameaças às garantias de segurança dos talibãs.
Rahman Haqqani é o mais alto funcionário talibã a ser morto num atentado desde que os fundamentalistas assumiram o controlo de Cabul, em agosto de 2021.
O governador da província setentrional de Balkh, Mohammad Dawood Muzammil, foi morto em março de 2023 por um bombista suicida durante uma reunião de trabalho.
Antes da sua nomeação como ministro, Rahman Haqqani era uma figura-chave da Rede Haqqani.
A Rede Haqqani é uma organização extremista que mantinha ligações estreitas com os talibãs e o grupo radical islâmico Al-Qaida, segundo o Conselho de Segurança da ONU. O papel de Khalilur Rahman Haqqani na rede era multifacetado e crucial para as suas operações.
Desde a sua subida ao poder, os talibãs afirmaram ter melhorado a segurança e o controlo do jihadismo. No entanto, o grupo extremista Estado Islâmico (EI) multiplicou os seus ataques, tendo os próprios talibãs e os seus líderes entre os seus principais alvos.
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