Com estas duas revisões do Comité da Unesco para a Proteção dos Bens Culturais em Caso de Conflito Armado, o número de bens culturais ucranianos com estatuto de "proteção reforçada" ascende agora a 27, detalhou na quinta-feira a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura em comunicado.
"Esta decisão irá reforçar ainda mais a segurança destes dois locais culturais ucranianos, entre os quais se encontra um importante local de memória do Holocausto", destacou a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, citada na nota.
"Em tempo de guerra, a solidariedade internacional é crucial para proteger o património cultural ameaçado", sublinhou Azoulay.
O estatuto de proteção reforçada concede "o mais alto nível de imunidade" tanto contra ataques como contra a utilização de tais bens culturais para fins militares.
O não respeito da sua inviolabilidade constitui uma "violação grave" dos protocolos da Convenção de Haia, que pode dar origem a ações judiciais.
A "Reserva Histórica e Memorial Nacional de Babyn Yar" é um local de grande importância para recordar o chamado "Holocausto das balas", uma vez que ali dezenas de milhares de judeus foram mortos a tiro pelos nazis.
Os massacres ocorreram especialmente nos dias 29 e 30 de setembro de 1941, quando 33.771 judeus foram mortos a tiro naquela ravina. Mas estima-se que mais de 100 mil pessoas perderam ali a vida.
O Museu de Literatura de Odessa, por sua vez, é um edifício histórico que alberga um conceituado centro cultural, educativo e de investigação.
"Abriga um grande acervo de livros e publicações que datam do século XIX, e acolhe exposições e conferências", explicou a Unesco, além de especificar que se encontra no centro histórico de Odessa, que foi declarado património mundial em 2023.
A Unesco indicou que, desde o início do conflito em grande escala com a invasão russa em fevereiro de 2022, mobilizou 20 milhões de dólares para apoiar "profissionais culturais e artistas na Ucrânia, proteger edifícios históricos e coleções de museus, fazer um balanço dos danos" e para "proteger e reabilitar locais danificados.
Também mobilizou apoios para "capacitar as forças policiais e judiciais contra o tráfico ilegal de obras de arte".
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