ONU assinala "sinais construtivos" das novas autoridades da Síria

As novas autoridades sírias, em funções desde a queda do regime do antigo Presidente Bashar al-Assad, transmitiram um "sinal construtivo" à agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), pedindo-lhe que permaneça na Síria, afirmou hoje a organização.

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© AREF TAMMAWI/AFP via Getty Images

Lusa
13/12/2024 14:12 ‧ 13/12/2024 por Lusa

Mundo

Síria

"Conseguimos entrar em contacto com as autoridades interinas", afirmou Gonzalo Vargas Llosa, representante do Alto Comissariado na Síria, numa conferência de imprensa da ONU.

 

"Os primeiros sinais que nos estão a enviar são construtivos", acrescentou, falando a partir de Damasco.

O regime do ex-Presidente sírio Bashar al-Assad, que esteve no poder 24 anos, foi derrubado no domingo passado ao cabo de uma ofensiva que durou cerca de 12 dias.

A operação começou a 27 de novembro e foi liderada pela Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham - HTS, em árabe), herdeira da antiga afiliada síria da Al-Qaida e classificada como grupo terrorista por países como os Estados Unidos, o Reino Unido, o Canadá e ainda a União Europeia (UE).

Perante os desafios políticos, sociais e de segurança que o país multiétnico, multirreligioso e fragmentado enfrenta, as novas autoridades estão a tentar transmitir uma imagem de estabilidade.

"São construtivos porque estão a dizer que querem que fiquemos na Síria e que apreciam o trabalho que temos vindo a fazer há muitos anos", disse Vargas Llosa.

"O mais importante para nós é que nos digam que nos vão dar a segurança de que necessitamos para realizar as nossas atividades", continuou.

O primeiro-ministro interino Mohammed al-Bashir, nomeado na terça-feira para liderar um governo de transição até 01 de março, prometeu estabelecer um "Estado de direito".

Al-Bashir, que chefiou o Governo de Salvação Nacional nomeado pelo HTS na província de Idlib (noroeste) nos anos anteriores à ofensiva, prometeu também que as novas autoridades irão "garantir os direitos de todos os povos" e apelou aos milhões de refugiados sírios para que regressem ao país.

Muitos sírios procuram agora familiares que desapareceram durante as décadas de repressão sob o regime de Assad.

Ao longo dos últimos 13 anos, "dezenas de milhares de famílias" em todo o mundo pediram ajuda ao Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) para encontrar pessoas desaparecidas na Síria, afirmou o chefe da delegação da organização na Síria, Stephan Sakalian, na mesma conferência de imprensa.

O CICV documentou "mais de 35.000 casos", mas "há todas as razões para acreditar que existem muitos mais do que isso", disse Sakalian, a partir de Damasco.

De acordo com as agências da ONU, a situação no terreno é ainda "muito fluida", mas o CICV, que apela à proteção dos arquivos, cemitérios e outros locais onde possam ter sido enterradas pessoas, diz estar pronto a ajudar "todas as partes que exercem autoridade na Síria a encontrar os desaparecidos".

"O que precisamos agora é de uma discussão urgente e mais estruturada com o governo interino para analisarmos em conjunto a melhor forma de coordenar estes esforços e preservar não só os documentos, mas também as valas comuns e qualquer outra informação que possa ser disponibilizada pelas próprias pessoas", disse Sakalian.

Leia Também: Síria: Áustria oferece 1.000 euros a refugiados que regressem ao seu país

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