Num comunicado, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Majed al-Ansari, anunciou hoje que "uma delegação diplomática do Qatar chegou a Damasco para cumprir as formalidades necessárias à abertura da Embaixada do Estado do Qatar na República Árabe Síria".
Al-Ansari indicou que a delegação se reuniu com o "Governo de transição" sírio e reafirmou o "total empenho do Estado do Qatar em apoiar o povo sírio na concretização das suas aspirações de segurança, paz, desenvolvimento e prosperidade, na sequência do êxito da sua revolução".
Segundo o porta-voz da diplomacia qatari, a delegação debateu com a parte síria formas de melhorar o afluxo de ajuda humanitária do Qatar e avaliou as necessidades dos sírios "durante esta importante fase" de transição.
Na passada quarta-feira, Al-Ansari já tinha anunciado a intenção do Qatar de reabrir "em breve" a sua embaixada na Síria, embora ainda não houvesse uma data oficial para tal.
O Qatar, que mantém boas relações com a Turquia, foi muito crítico em relação ao Governo de Bashar al-Assad, queixando-se de que, durante o seu mandato, o Presidente sírio agora deposto desperdiçou oportunidades para se reintegrar plenamente na comunidade internacional e pôr fim a 13 anos de guerra civil na Síria, que mataram mais de 300.000 pessoas e fizeram quase seis milhões de refugiados.
O pequeno Estado do Golfo Pérsico foi um dos primeiros a manifestar o seu "forte apoio ao povo sírio" a 08 de dezembro - dia da fuga de Assad com a família para Moscovo - e apelou às várias fações rebeldes e grupos políticos do país para "optarem pelo diálogo" para "um futuro melhor para a Síria".
Também se apresentou como mediador e, no fim de semana, recebeu, em Doha, os ministros dos Negócios Estrangeiros da Turquia, da Rússia e do Irão - os apoiantes de um cessar-fogo na Síria até à queda de Assad -, para discutir o futuro e uma transição pacífica no país árabe devastado.
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