"A 98ª Divisão terminou a sua missão no norte do Líbano na semana passada (quarta-feira), após cerca de três meses de combates contínuos contra os redutos terroristas do Hezbollah e de execução das suas missões defensivas na sequência do acordo de cessar-fogo", refere hoje um comunicado militar.
Os soldados desta divisão de elite de paraquedistas e de infantaria preparam-se para regressar à Faixa de Gaza, onde Israel prossegue a guerra que já vitimou mais de 45.000 pessoas, na sua maioria mulheres e crianças, e cerca de 90 por cento da população palestiniana deslocada, acrescentou o comunicado.
Apesar da assinatura do acordo de trégua no final de novembro, o exército israelita afirmou ontem ter destruído 300 locais e infraestruturas do grupo xiita Hezbollah nas últimas semanas na zona de Jiam, no sul do Líbano, em ataques que as autoridades libanesas descreveram como uma "violação" da trégua.
A 27 de novembro entrou em vigor um acordo de cessar-fogo de 60 dias entre Israel e o Hezbollah, que prevê a retirada gradual das tropas israelitas do Líbano, bem como o destacamento do exército libanês para a fronteira e a retirada dos milicianos do norte do rio Litani.
As estimativas da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente (UNRWA) indicam que entre 65.000 e 75.000 pessoas permanecem na zona sitiada no norte da Faixa de Gaza, embora este número não seja atualizado há semanas, enquanto dezenas de milhares foram obrigadas a fugir para a cidade de Gaza devido aos ataques israelitas.
Só em Jabalia e no seu campo de refugiados, que albergava a maior população das três cidades sitiadas, 70.000 pessoas fugiram para a capital ou deslocaram-se para Beit Lahia ou Beit Hanoun na sequência da entrada das tropas israelitas.
A guerra em curso na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas em Israel que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 45 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.
Também foram registados cerca de 800 mortos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental na sequência de operações das forças israelitas e de ataques de colonos israelitas.
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