"Em qualquer Estado, as unidades militares devem ser integradas na instituição militar", afirmou Mourhaf Abou Qasra, conhecido pelo seu nome de guerra Abu Hassan al-Hamwi, numa entrevista à agência noticiosa francesa AFP, na cidade costeira de Latakia.
O líder militar acrescentou ainda que o HTS deverá ser "o primeiro a tomar a iniciativa" de se dissolver, "no interesse geral do país".
A coligação armada liderada pelo HTS, um grupo radical islâmico, derrubou o regime do Presidente sírio Bashar al-Assad, que esteve no poder 24 anos, após uma ofensiva relâmpago de doze dias, que culminou no seu controlo da capital Damasco a 08 de dezembro.
O responsável militar afirmou que o novo governo pretende alargar a sua autoridade às zonas curdas do nordeste da Síria, controladas por uma administração curda semi-autónoma.
"O povo curdo é uma das componentes do povo sírio. A Síria não será dividida e não haverá entidades federais", sublinhou.
"A região atualmente controlada pelas Forças Democráticas da Síria (FDS) será integrada na nova administração do país", acrescentou.
As FDS, compostas principalmente por membros curdos, são apoiadas pelos Estados Unidos, em especial na luta contra o Estado Islâmico (EI).
O chefe militar do HTS apelou ainda ao fim dos ataques e das "incursões" israelitas, que se intensificaram no país desde a queda de Bashar al-Assad.
O responsável fez ainda um apelo ao Ocidente para retirar da lista de "organizações terroristas" o HTS e o seu líder, Abu Mohammed al-Jolani, que agora dá pelo seu verdadeiro nome, Ahmad al-Chareh.
O HTS continua a ser considerado um grupo "terrorista" pela ONU, pelos Estados Unidos e por alguns países europeus.
No entanto, várias delegações estrangeiras têm-se deslocado a Damasco para se reunirem com as novas autoridades sírias, que tentam garantir a todos que são capazes de trazer a paz à Síria, dividida e devastada por 13 anos de guerra civil.
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