Entre os mais de 40 arguidos do caso de violação a Gisèle Pelicot há um nome que se evidenciou. Jean-Pierre Marechal ganhou o título de o "discípulo" de Dominique.
O homem de 63 anos foi um dos homens que entrou na casa de Dominique para participar das agressões, mas recusou-se a violar Gisèle. Ainda assim, decidiu replicar o método do marido desta com a sua própria mulher.
Os dois arguidos conheceram-se num chat online onde Dominique recrutava desconhecidos para violarem a sua mulher. Jean-Pierre Marechal recusou-se a fazê-lo, mas aceitou os conselhos de Dominique para que este replicasse o método na sua própria casa.
Durante cinco anos, Jean-Pierre Marechal drogou a sua mulher e violou-a. Ainda convidou Dominique para violá-la também, quase como se se tratasse de uma troca de favores.
Em tribunal este admitiu que aquilo que fez à sua mulher foi uma “atrocidade” mas defendeu: “Fui um violador, mas já não o sou”.
Durante o julgamento, o seu advogado decidiu lembrar o seu passado, em que foi vítima de abusos por parte dos pais, e reforçou que apesar dos seus atos não serem desculpáveis, este se distinguia de Pelicot, dado que cometia estes abusos sozinho, não tendo protagonizado orgias.
Jean-Pierre Marechal foi condenado por tentativa de violação e violação agravada da sua mulher, bem como por drogá-la. Foi sentenciado a uma pena de 12 anos.
No final, o advogado ficou satisfeito com a decisão considerando tratar-se de uma pena justa dado que este se mostrou arrependido. Para Gontard, a sentença permitirá ao seu cliente “recuperar um pouco da sua posição e da sua imagem junto da sua família e continuar a trabalhar no sentido da reabilitação".
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