"A violência chocante infligida a manifestantes, líderes da oposição e jornalistas é um ataque flagrante à democracia e ao direito do povo georgiano de exercer as suas liberdades fundamentais", afirmou o Ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Lammy, citado num comunicado.
Para além do ministro do Interior, Londres sancionou o vice-ministro, Aleksandre Darakhvelidze, o diretor da polícia de Tbilisi, Sulkhan Tamazachvili, e dois altos funcionários do Ministério do Interior, Zviad Kharazishvili e Mileri Lagazaouri.
Em resultado destas sanções, decididas em cooperação com os Estados Unidos, estes indivíduos estão agora proibidos de viajar para o Reino Unido e os seus bens foram congelados, impedindo qualquer cidadão ou entidade britânica de ter relações financeiras ou comerciais com eles.
Segundo o Executivo financeiro, estes cinco dirigentes são "responsáveis por ataques violentos a jornalistas e a manifestantes pacíficos" durante os protestos pró-UE que se registam no país há mais de um mês.
As manifestações são uma resposta à decisão do governo do partido no poder, Sonho Georgiano, de suspender todas as negociações de adesão à União Europeia até 2028.
A oposição acusou igualmente o partido de ter manipulado as eleições legislativas realizadas no final de outubro, nas quais se declarou vencedor.
No início de dezembro, o Governo britânico anunciou a suspensão de "todos os programas de apoio" ao governo georgiano e restringiu a sua cooperação militar com Tbilisi, bem como as suas relações com representantes do governo georgiano.
Na segunda-feira, os Estados Unidos anunciaram que estavam a preparar novas sanções contra a Geórgia, enquanto a União Europeia não impôs, por enquanto, quaisquer sanções devido à falta de unanimidade entre os 27.
Na sexta-feira, o político leal ao governo Mikhail Kavelashvili foi eleito Presidente da Geórgia, durante uma votação no parlamento que foi boicotada pela oposição, indicou a Comissão Eleitoral Central da república caucasiana.
Único candidato, Kavelashvili tornou-se no sexto Presidente na história da Geórgia desde a independência da União Soviética em 1991.
As autoridades modificaram o mecanismo de eleição do Presidente, que pela primeira vez não resultou de sufrágio universal, mas de uma votação colegial de 150 deputados e 150 delegados municipais.
O Governo tinha todas as hipóteses de ganhar, uma vez que domina o parlamento nacional e as assembleias locais. Para ser eleito, Kavelashvili precisava de 200 votos.
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