"Não aceito o argumento de que temos de estar ou com os EUA ou com a UE. Não é assim que funciona neste momento, com o nosso comércio atual", respondeu.
O primeiro-ministro reiterou que quer "uma relação mais estreita com a UE em matéria de segurança, de defesa, de energia e, sim, de comércio" e que, ao mesmo tempo, pretende melhorar as relações comerciais com os EUA.
"Vai ser fácil? Claro que não. Mas penso que podemos fazer progressos. E essa é uma das razões pelas quais me estou a certificar de que temos uma boa relação com o próximo Presidente e que a relação entre os dois países continua a ser tão forte no futuro como foi no passado".
Starmer encontrou-se pessoalmente com Trump em setembro, durante uma visita do chefe de Governo a Nova Iorque, ainda antes das eleições presidenciais norte-americanas, e os dois voltaram a falar por telefone esta semana.
A imprensa britânica revelou hoje que o chefe de gabinete de Starmer, Morgan McSweeney, e o conselheiro de segurança nacional Jonathan Powell, estiveram recentemente em Washington para se reunir com a equipa de transição de Trump.
Starmer recusou especular sobre se Trump vai concretizar a ameaça de impor tarifas sobre importações nem revelou que essa questão foi referida nas suas conversas.
"Eu não sou adepto de tarifas e, por isso, temos de garantir que as evitamos. Temos um comércio muito bom com os EUA, assim como temos um comércio muito bom com outros países do mundo", vincou, na audição com os deputados.
Além dos instintos protecionistas do bilionário republicano, que será empossado em 20 de janeiro, a questão do apoio à Ucrânia e a crise no Médio Oriente poderão ser outra matéria de divergência entre Londres e a Casa Branca.
Na conversa telefónica de quarta-feira, o líder trabalhista terá avisado para a necessidade de os aliados "estarem ao lado da Ucrânia para enfrentar a agressão russa e garantir que a Ucrânia esteja na posição mais forte possível".
Sobre o Médio Oriente, segundo um porta-voz, o líder britânico sublinhou ao presidente eleito dos EUA "a necessidade de trabalhar em conjunto para garantir a paz e a segurança na região".
Leia Também: Reino Unido sanciona governantes e polícia da Geórgia por repressão de protestos