A mãe de um bebé de sete meses, que morreu afogado na banheira após ser deixado sem supervisão, foi condenada, na quarta-feira, a sete anos de prisão efetiva, avança o The Independent.
Charlie Goodall caiu da cadeira de banho para dentro de água, a 16 de fevereiro de 2022, e foi encontrado sem vida pela polícia e paramédicos que se dirigiram à casa em Chilton, Inglaterra.
Danielle Massey, de 31 anos, declarou-se culpada de homicídio culposo e disse que aceitava que a culpa era sua por o assento não estar devidamente fixado na banheira. Para além disso, a mãe do bebé admitiu que tinha em sua posse canábis, e que teria fumado o estupefaciente, no dia da morte do filho.
No entanto, a arguida negou ter deixado o bebé sem supervisão intencionalmente, durante um longo período de tempo, e disse em tribunal que tinha deixado a casa-de-banho para ir até ao piso de cima buscar uma toalha para Charlie.
Disse também que, sendo asmática, quando desceu as escadas teve de sentar-se no sofá para recuperar o fôlego antes de fechar os olhos. Após isso, foi quando referiu ter regressado à casa-de-banho e ter encontrado o bebé sem reação, o que a levou a contactar o 999 (número de emergência local equivalente ao 112 em Portugal).
Por sua vez, o tribunal referiu que a mulher deu diversos relatos sobre o tempo em que o bebé ficou sozinho, que variavam entre dois e dez minutos.
Questionada sobre provas digitais que mostram que esta estaria a usar uma aplicação de um jogo de cozinha no telemóvel - durante 26 minutos - enquanto Charlie estaria sozinho, a arguida negou as provas e reiterou que não tinha estado ativamente a jogar e que a aplicação estaria a dar sozinha em segundo plano.
"(A arguida deu) inúmeros relatos mutáveis, inconsistentes e implausíveis sobre o que aconteceu nesse intervalo para tentar esconder a verdade, que é que ela não se tinha preparado adequadamente para o banho de Charlie e estava a fazer o que queria, envolvendo-se em várias atividades no telemóvel, incluindo o uso de uma aplicação de jogo, confiante na crença de que Charlie estava na sua cadeira, no banho”, disse o juiz Justice Goss, citado pelo mesmo meio de comunicação.
“Rejeito o relato de estar exausta e de fechar os olhos, tenho a certeza de que estava ativa e acordada”, referiu ainda.
Em tribunal, foi ainda clarificado que o assento do bebé devia ser fixado na banheira com ventosas, porém, a banheira de Danielle Massey não permitia esse ajuste devido à sua curvatura.
O procurador Richard Wright KC garantiu, de acordo com o The Independent, que "o tribunal pode ter a certeza de que a causa da morte de Charlie por afogamento não foi simplesmente porque o assento da banheira não estava a aderir devidamente à bacia, mas porque ele foi deixado no assento da banheira… sem supervisão durante um período prolongado de tempo".
“O período de tempo em que ele esteve sem acompanhamento não foi o resultado de uma inadvertência, mas sim o resultado de o réu ter tomado uma decisão deliberada de sair da casa-de-banho e se ocupar com outras tarefas, incluindo jogar um jogo no seu telemóvel”, referiu ainda.
Segundo o juiz, Danielle Massey e Charlie Goodall viveram numa unidade para mães e filhos pequenos durante vários meses antes de regressarem a casa, e um plano de proteção infantil para o bebé, por parte dos serviços sociais, tinha terminado dias antes da sua morte.
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