Morte de CEO. Mangione aceitou e (já) foi transferido para Nova Iorque

Luigi Mangione, o homem acusado de matar o diretor-executivo da seguradora UnitedHealthCare, já aterrou em Nova Iorque, cerca das 18h00, após ter aceitado ser transferido da Pensilvânia, para responder pelo assassínio de Brian Thompson, há mais de duas semanas.

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© Emily Goff / REUTERS

Notícias ao Minuto com Lusa
19/12/2024 17:25 ‧ há 13 horas por Notícias ao Minuto com Lusa

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Luigi Mangione

Luigi Mangione, o suspeito da morte do CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson, já aterrou em Nova Iorque após ter aceitado, esta quinta-feira, num tribunal da Pensilvânia, ser transferido. 

 

Segundo a comunicação social norte-americana presente na audiência, Mangione aceitou a transferência ("extradição", por se tratar de dois Estados norte-americanos diferentes) após ter sido interrogado pelo juiz do condado de Blair, na Pensilvânia.

Em tribunal, o suspeito deu apenas respostas de sim ou não feitas pelo júri, remetendo-se, de resto, ao silêncio.

Questionado se queria renunciar à audiência para avaliar a extradição, o seu advogado na Pensilvânia, Thomas Dickey, dirigiu-se a Mangione e perguntou-lhe: "É isto que queres?" - ao que o arguido respondeu apenas com um simples "sim".

"Tudo o que fizemos hoje foi no melhor interesse dele. Estamos prontos, agora, para defender, avançar e começar a defender estas acusações em Nova Iorque e na Pensilvânia”, afirmou Thomas Dickey, que indicou que "não fizemos isso antes, porque não estávamos prontos. Hoje foi o dia de fazer isso". 

Luigi Mangione já aterrou em Nova Iorque, cerca das 18h00, hora de Lisboa. Vídeos publicados nas redes sociais mostram o arguido a ser escoltado por policias armados.

Em Nova Iorque, Mangione enfrentará um total de 11 acusações, entre as quais uma de homicídio em primeiro grau, que poderá ser classificada como "ato terrorista" e valer-lhe uma pena máxima de prisão perpétua sem liberdade condicional, caso seja condenado.

Vários simpatizantes do arguido reuniram-se hoje à porta do tribunal para lhe manifestar o seu apoio, com cartazes em que se lia "As práticas das seguradoras aterrorizam as pessoas" e "Matar por fins lucrativos é terrorismo, libertem Luigi".

Luigi Mangione, um brilhante engenheiro de 26 anos, pertencente a uma família rica e influente de Baltimore, foi na terça-feira indiciado por um grande júri de Nova Iorque por homicídio em primeiro grau, uma acusação geralmente reservada a quem assassina agentes da polícia ou a assassinos em série.

A acusação do Ministério Público no Supremo Tribunal de Nova Iorque indica que Mangione matou Thompson para "promover um ato de terrorismo" que "se destinava a intimidar ou coagir uma população civil, a influenciar as políticas de um departamento governamental através de intimidação ou coação e a afetar a vida humana".

O procurador distrital de Manhattan, Alvin Bragg, afirmou na terça-feira que o suspeito esperou por Thompson à porta do hotel onde a sua empresa estava a realizar uma conferência e disparou sobre ele pelas costas, num crime cujo objetivo era "causar terror".

Este assassinato, que descreveu como "sem escrúpulos", "premeditado" e "direcionado", pretendeu provocar "terror", insistiu o procurador.

Desde 04 de dezembro, as imagens captadas por videovigilância do jovem a segurar friamente a sua arma com silenciador e a disparar sobre o empresário de 50 anos, num passeio do bairro comercial de Midtown, deram a volta ao mundo.

O suspeito conseguiu fugir e sair de Nova Iorque e cinco dias depois, foi reconhecido e detido num restaurante de fast food em Altoona, uma pequena cidade rural a cerca de 480 quilómetros a oeste de Nova Iorque, no Estado da Pensilvânia.

Muitos elementos o implicam no assassínio: as suas impressões digitais foram encontradas perto do local do crime, assim como os cartuchos correspondentes ao 'kit' de armas, incluindo alguns elementos feitos numa impressora 3D, encontrados com ele.

Nos seus pertences, a polícia encontrou ainda um texto manuscrito de três páginas dirigido ao setor dos seguros de saúde.

O arguido é também acusado de dois crimes de homicídio em segundo grau, um dos quais é também um crime de terrorismo, além de outros sete crimes relacionados com posse de armas e mais um por posse de "um instrumento falsificado".

Desde a sua detenção, o arguido tem recebido bastante apoio nas redes sociais por parte de cidadãos norte-americanos que o consideram um "herói" e criticam as práticas abusivas das companhias de seguros de saúde dos Estados Unidos.

[Notícia atualizada às 21h25]

Leia Também: Mangione formalmente acusado de homicídio do CEO da UnitedHealthcare

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