A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, apontou que o 'shutdown', como a paralisação é conhecida no jargão político norte-americano, é da responsabilidade exclusiva dos republicanos, porque o acordo alcançado foi cancelado por pressão de Donald Trump e Elon Musk.
"Este é um desastre que eles criaram e precisam de resolver", afirmou a porta-voz.
"Não quero entrar demasiado em hipóteses, mas a realidade é que se houver uma paralisação as atividades de transição serão restringidas, com poucas exceções", adiantou.
A medida orçamental temporária tem de ser aprovada pela Câmara dos Representantes e pelo Senado e um acordo foi conseguido na quarta-feira, mas não chegou a ir a votação devido à oposição de Donald Trump e de Elon Musk, o seu principal conselheiro.
Um acordo revisto falhou aprovação na quinta-feira, com grande rejeição dos próprios republicanos, e agora há uma terceira via que será votada hoje.
O Congresso será inteiramente controlado pelos republicanos a partir de janeiro, mas até lá uma paralisação deixará milhões de funcionários públicos sem salário no Natal e Ano Novo. Muitos deles serão considerados essenciais e terão de trabalhar sem receber enquanto durar a paralisação.
"Trump escolheu a guerra e ele e Musk foram quem afundou o acordo bipartidário", afirmou Jean-Pierre. "Não se podem torcer os factos ou mudar a história".
Musk e os republicanos acusam os democratas de serem responsáveis pelo falhanço da segunda proposta, apesar de a maioria republicana não a ter aprovado na câmara baixa.
"Ainda há tempo para que os republicanos façam o que está certo para cumprir com a sua parte do acordo e seguir com o pacto bipartidário", continuou a porta-voz da Casa Branca.
A paralisação afetará muitas áreas, desde aeroportos e museus a parques nacionais, o exército e serviços de assistência a desastres.
O último 'shutdown' aconteceu em 2019, durante a presidência de Donald Trump.
Os congressistas democratas norte-americanos pediram hoje à bancada republicana que retome o processo de aprovação do acordo orçamental que tinha sido alcançado para evitar a paralisação do governo federal, antes da oposição do Presidente eleito Donald Trump.
Se não for aprovada uma resolução nas duas câmaras do Congresso até à meia-noite de 21 de dezembro, hora de Washington (05:00 em Lisboa), será suspenso o funcionamento de partes consideráveis do governo, por falta de fundos.
"O nosso acordo manteria o governo aberto, levaria ajuda de emergência a comunidades assoladas por furacões e outros desastres naturais, apoiaria os nossos presidentes de câmara, médicos, enfermeiras, hospitais rurais e agricultores", apontou o líder da maioria democrata do Senado, Chuck Schumer.
O porta-voz do Pentágono, Major General Pat Ryder, avisou hoje que 2,1 milhões de militares não serão pagos durante a época festiva, mas ainda assim terão de se apresentar ao trabalho.
"Um lapso no financiamento vai causar sérias disrupções no Departamento de Defesa e ainda é evitável", indicou Ryder aos jornalistas. Além dos militares, 365 mil funcionários da Defesa considerados essenciais terão de trabalhar sem receber, e 435 mil funcionários civis vão ficar em suspenso, sem trabalho nem vencimento.
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