Luigi Mangione, acusado da morte do CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson, foi, esta quinta-feira, transferido da Pensilvânia para Nova Iorque.
Apesar da suspeita de homicídio, Mangione já recebeu centenas de cartas e doações desde que foi detido. A informação é avançada pelo The Independent, que cita uma fonte do departamento de Correções da Pensilvânia.
Até quinta-feira de manhã, 18 de dezembro, Mangione tinha recebido 54 e-mails, 87 correspondências e 163 depósitos na sua 'conta de comissário', isto é, uma conta que permite aos prisioneiros comprar artigos atrás das grades. No entanto, o valor obtido nestas doações não foi confirmado pelo porta-voz.
Com a transferência, não é claro se o arguido terá agora acesso aos e-mails e correspondência em Nova Iorque.
A detenção de Luigi Mangione, num McDonald’s em Altoona, atraiu grande atenção de admiradores na internet e, após a mesma, comerciantes online começaram a vender artigos com a foto do suspeito e com as palavras "Free Luigi" ("Libertem o Luigi", na tradução livre).
Para além das doações e envios, o advogado do arguido na Pensilvânia disse aos jornalistas norte-americanos que teve que recusar ofertas de desconhecidos que queriam financiar as contas legais de Luigi Mangione.
Mesmo assim, os apoiantes do suspeito conseguiram arrecadar mais de 100 mil dólares (cerca de 96 mil euros) para um fundo para a defesa.
O apoio a Luigi Mangione continua a manifestar-se e, esta quinta-feira, vários apoiantes reuniram-se à porta do tribunal, na Pensilvânia, com cartazes em que se lia "As práticas das seguradoras aterrorizam as pessoas" e "Matar por fins lucrativos é terrorismo, libertem Luigi".
Em Nova Iorque, Mangione enfrenta um total de 11 acusações, entre as quais uma de homicídio em primeiro grau, que poderá ser classificada como "ato terrorista" e valer-lhe uma pena máxima de prisão perpétua sem liberdade condicional, caso seja condenado.
Luigi Mangione, um brilhante engenheiro de 26 anos, pertencente a uma família rica e influente de Baltimore, foi na terça-feira indiciado por um grande júri de Nova Iorque por homicídio em primeiro grau, uma acusação geralmente reservada a quem assassina agentes da polícia ou a assassinos em série.
Desde 4 de dezembro, as imagens captadas por videovigilância do jovem a segurar friamente a sua arma com silenciador e a disparar sobre o empresário de 50 anos, num passeio do bairro comercial de Midtown, deram a volta ao mundo.
O arguido é também acusado de dois crimes de homicídio em segundo grau, um dos quais é também um crime de terrorismo, além de outros sete crimes relacionados com posse de armas e mais um por posse de "um instrumento falsificado".
Desde a sua detenção, o arguido tem recebido bastante apoio nas redes sociais por parte de cidadãos norte-americanos que o consideram um "herói" e criticam as práticas abusivas das companhias de seguros de saúde dos Estados Unidos.
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