"Apelamos às partes envolvidas para que deponham as armas e a todos os atores regionais que possam desempenhar um papel, para que o façam de forma positiva, no interesse das pessoas que sofreram demasiado", disse Macron, que está de visita à região do Corno de África, após um encontro com o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed.
"O único processo que pode existir no Sudão é um processo de cessar-fogo, de negociação e de devolução do seu lugar pleno à sociedade civil, que foi tão admirável na revolução", afirmou, referindo-se ao movimento popular que depôs o antigo presidente do país Omar al-Bashir do poder, em 2019, suscitando imensas esperanças.
Mas, desde abril de 2023 começou uma guerra que opõe o exército, liderado pelo general Abdel Fattah al-Burhane, às forças paramilitares de apoio rápido (RSF) do seu antigo adjunto, o general Mohamed Hamdane Daglo.
Os combates causaram dezenas de milhares de mortos e mais de 11 milhões de deslocados.
Cerca de 26 milhões de pessoas enfrentam já uma grave insegurança alimentar, segundo a ONU, que voltou a lançar o alerta na quinta-feira sobre a situação no país, que corre o risco de sofrer a pior crise alimentar da história mundial recente. É necessário um total de 4,2 mil milhões de dólares de ajuda para satisfazer as necessidades do povo sudanês em 2025, alertou Edem Wosornu, chefe do Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU.
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