Entre os mortos, contam-se 22 pessoas na cidade de Okija, no sudeste do Estado de Anambra, onde um filantropo organizou uma distribuição de alimentos, informou o porta-voz da polícia local, Tochukwu Ikenga.
O comissário da polícia de Anambra, Nnaghe Obono Itam, visitou o hospital onde as vítimas estão a ser tratadas, na cidade de Okija, e "lamentavelmente afirmou que vinte e duas pessoas perderam a vida", disse o porta-voz do Comando da Polícia estatal, Tochukwu Ikenga, num comunicado, sem especificar o número de feridos.
"A investigação sobre o infeliz incidente ainda está a decorrer", acrescentou o porta-voz.
No sábado, o diretor executivo do Centro de Defesa Legislativa da Sociedade Civil (CISLAC), Auwal Musa-Rafsanjani, tinha confirmado a morte de 12 pessoas e mais de 30 feridos.
"Testemunhas relataram que uma multidão descontrolada provocou uma debandada antes do evento", sublinhou.
Musa-Rafsanjani afirmou que a debandada de sábado, e outras nos últimos dias, significam que os nigerianos estão a enfrentar "tempos muito difíceis" porque "as pessoas estão desesperadamente famintas".
Num incidente semelhante, pelo menos dez pessoas foram mortas no sábado, incluindo quatro crianças, e oito outras ficaram feridas numa debandada numa igreja na capital nigeriana, Abuja.
O incidente ocorreu durante a distribuição de alimentos a pessoas vulneráveis e idosas na Igreja Católica da Santíssima Trindade, no distrito de Maitama.
No sábado, o Presidente da Nigéria, Bola Ahmed Tinubu, cancelou os seus compromissos "em honra das vítimas" da debandada, declarou o seu conselheiro especial para a informação e estratégia, Bayo Onanuga.
Estes dois acontecimentos ocorreram depois de, na passada quarta-feira, pelo menos 35 crianças terem sido mortas durante uma outra debandada numa feira escolar na cidade de Ibadan, capital do estado de Oyo (sudoeste).
Este tipo de incidentes tem ocorrido com relativa frequência este ano na Nigéria, onde pelo menos quatro mulheres morreram no dia 24 de março num tumulto durante um evento de caridade para pobres em Bauchi (norte).
Esta tragédia ocorreu depois de, dois dias antes, pelo menos duas estudantes universitárias terem morrido e 23 outros estudantes terem ficado feridos numa debandada durante a doação de sacos de arroz na Universidade Estatal de Nasarawa, em Keffi (centro).
Em fevereiro último, pelo menos sete pessoas morreram e catorze ficaram feridas num tumulto durante uma venda de sacos de arroz em Lagos, a capital económica da Nigéria.
O custo de vida na Nigéria tem aumentado desde que Tinubu chegou ao poder, em maio de 2023, com a inflação a atingir um máximo histórico de 33,95% em junho, fazendo subir o custo de produtos básicos como o arroz, o milho e o inhame, tornando-os incomportáveis para muitos nigerianos.
A Nigéria é o país mais populoso de África, com mais de 213 milhões de habitantes, e um grande produtor de petróleo, bem como uma das maiores economias do continente.
No entanto, quatro em cada dez nigerianos vivem abaixo do limiar de pobreza, de acordo com o Banco Mundial.
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