"Conseguiram falar sobre as relações bilaterais, significativamente afetadas pelas ações das antigas autoridades eslovacas. Discutiram também questões relacionadas com a energia e o gás", afirmou Dmitri Peskov, na habitual conferência de imprensa diária.
Além disso, acrescentou, "trocaram pontos de vista sobre a questão ucraniana".
"O Presidente Putin comunicou ao seu interlocutor a sua opinião sobre a situação atual no campo de batalha", disse Peskov.
De acordo com o Kremlin, a conversa entre os dois líderes foi "bastante substantiva".
Fico chegou a Moscovo no domingo à tarde, no âmbito de uma visita não anunciada, e foi recebido por Putin no Kremlin.
O primeiro-ministro eslovaco afirmou na sexta-feira que o Presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, lhe ofereceu 500 milhões de dólares (cerca de 482 milhões de euros) de bens russos congelados pelas sanções em troca do seu apoio a uma eventual adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).
"Perguntou-me se votaria a favor da adesão [da Ucrânia] à NATO se me desse 500 milhões de dólares provenientes de bens russos", afirmou Fico num vídeo publicado na rede social Facebook.
Fico e Zelensky encontraram-se na quinta-feira, na cimeira dos líderes da União Europeia (UE), em Bruxelas, durante a qual o líder ucraniano insistiu que o seu país iria cortar o trânsito de gás russo para a Europa, uma medida que poderia prejudicar a Eslováquia.
A este respeito, Fico, cujo país importa 3.000 milhões de metros cúbicos por ano do monopólio russo do gás Gazprom, avisou que poderiam ser tomadas medidas contra a Ucrânia.
A Eslováquia fornece eletricidade à Ucrânia, cujas infraestruturas energéticas estão gravemente danificadas pelos ataques russos, bem como ajuda humanitária e equipamento de desminagem.
Além disso, a Eslováquia pode inverter o fluxo de gás para suprir as necessidades de combustível da Ucrânia, algo que Fico ameaçou rever se o trânsito de gás for cortado.
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