A angariação de fundos, realizada através da plataforma GiveSendGo, pretende angariar 500 mil dólares para o jovem de 26 anos, acusado de matar a tiro o executivo Brian Thompson, em 04 de dezembro, noticiou na segunda-feira a agência Efe.
No seu 'site', os doadores vão partilhando novidades sobre o caso de Mangione e na sexta-feira debateram sobre a sua acusação no Estado de Nova Iorque por homicídio em primeiro grau, o que pode ser considerado um "ato terrorista".
"O terrorismo é um ato destinado a incutir medo na população em geral, enquanto as alegadas ações de Luigi apenas incutiram medo num pequeno grupo de CEOs ultra-ricos de empresas que lucram com a doença e a morte", sublinharam.
Foram também enviadas várias cartas do fundo GiveSendGo para Mangione, que permanece detido no Centro de Detenção Metropolitano de Brooklyn (Nova Iorque): a última carta data de 20 de dezembro e informa o arguido do dinheiro que foi recolhido.
Os criadores da campanha, que se autodenominam Comité Jurídico 4 de Dezembro - dia em que Mangione alegadamente cometeu o crime - referem que contactaram os seus advogados, Karen e Marc Agnifilo, para saber se o seu cliente aceitou ou não o dinheiro.
Caso fosse recusado, doariam o valor arrecadado a "outros presos políticos", destacaram.
O assassinato levou várias pessoas a expressar o seu ressentimento contra as seguradoras de saúde dos Estados Unidos, com Mangione a servir de representante das frustrações com as recusas de cobertura e as elevadas facturas médicas.
O crime provocou ondas de choque no mundo dos negócios, abalando os executivos que dizem ter recebido um aumento de ameaças.
Na segunda-feira, à porta de um tribunal estadual de Manhattan onde Mangione compareceu pelas acusações que enfrenta no Estado, cerca de cinquenta pessoas reuniram-se com cartazes para mostrar o seu apoio.
Este caso faz lembrar outros semelhantes em que os acusados receberam apoio financeiro do público, como o do ex-fuzileiro norte-americano Daniel Penny - absolvido há algumas semanas de estrangular um sem-abrigo até à morte - que obteve 3 milhões de dólares de um fundo de subscrição popular para pagar a sua defesa.
Mangione declarou-se na segunda-feira inocente das acusações de homicídio e terrorismo num julgamento estadual que decorrerá paralelamente ao seu processo federal.
A pena máxima para as acusações estatais é de prisão perpétua sem liberdade condicional, mas as acusações federais que enfrenta podem implicar a possibilidade de pena de morte.
De acordo com a polícia, Mangione foi detido num McDonald's no estado da Pensilvânia, após cinco dias de buscas, e trazia consigo uma arma que correspondia à utilizada no tiroteio e um bilhete de identidade falso.
Segundo os procuradores federais, Mangione tinha também consigo um bloco de notas no qual manifestou uma posição de hostilidade para com o setor dos seguros de saúde e, em particular, para com os executivos mais abastados.
Karen Friedman Agnifilo, advogada de Mangione, acusou os procuradores federais e estaduais de apresentarem teorias jurídicas contraditórias, criticando a sua abordagem "muito confusa" e "altamente incomum".
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