O Ministério da Saúde e Ambiente, controlado pelos Huthis, elevou de quatro para seis o número de mortos no seu mais recente comunicado, onde denunciou uma "agressão brutal" contra "instalações de serviços vitais" no país, como o aeroporto internacional de Sana e o porto de Al Hodeida.
O porta-voz do ministério, Anees Alasbahi, divulgou o balanço preliminar na sua conta na rede social X, acrescentando que entre os feridos no aeroporto estava o copiloto do avião que transportava o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.
O responsável pela agência da ONU tinha revelado no seu perfil no X que escapou ao ataque, juntamente com a sua equipa.
Ghebreyesus acrescentou que "pelo menos duas pessoas foram dadas como mortas no aeroporto" e que a torre de controlo, a sala de embarque e a pista foram danificadas.
Os Huthis emitiram posteriormente outra declaração condenando os atentados: "Atacar o Aeroporto Internacional de Sana enquanto dezenas de civis partiam e chegavam, e coincidindo com a chegada de um avião civil da Yemeni Airways, expressa claramente a mentalidade criminosa e terrorista sionista".
Os rebeldes referiram-se ao ataque lançado pela aviação israelita contra infraestruturas utilizadas pelos Huthis no aeroporto de Sana, nas centrais elétricas de Hezyaz e Ras Kanatib e outras posições nos portos de Hodeida, Salif e Ras Kanatib, na costa oeste, de acordo com uma declaração militar israelita.
"[Israel] Ataca deliberadamente civis e destrói instalações do serviço público para afetar a vida das pessoas e os seus direitos de se deslocarem e viajarem em segurança", acrescentaram os rebeldes iemenitas sobre este bombardeamento, que consideraram "uma violação flagrante do direito internacional".
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanayahu, prometeu hoje que Israel atacará os Huthis no Iémen "até que a missão" de os neutralizar "esteja concluída", descrevendo-os como "braço terrorista do Irão", após o bombardeamento de alvos militares no país.
O Irão condenou os ataques israelitas contra os rebeldes no Iémen, aliados de Teerão, qualificando-os de "crime".
Segundo Telavive, os alvos estavam a ser utilizados pelos Huthis para contrabandear armas iranianas para a região e como porta de entrada para altos funcionários do regime iraniano.
Desde novembro de 2023, um mês após o início da guerra em Gaza, os Huthis, aliados do Irão, têm atacado navios, principalmente no Mar Vermelho, e alvos em Israel, aproveitando a posição estratégica do Iémen.
Estas ações têm continuado apesar de as suas posições terem sido bombardeadas em várias ocasiões pelos Estados Unidos, Israel e Reino Unido.
Os rebeldes Huthis do Iémen reivindicaram na quarta-feira três novos ataques às cidades israelitas de Telavive e Ashkelon com um míssil balístico hipersónico e dois 'drones', apesar das advertências israelitas de responder "com força" a estas ações.
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