Os analistas não esperam que estas eleições tragam surpresas ou mudanças importantes a este país de quatro milhões de habitantes, que é membro da NATO desde 2009 e também da União Europeia (UE) desde 2013.
Os últimos anos foram marcados pela viragem de Milanovic para posições cada vez mais nacionalistas, eurocéticas e, segundo os seus críticos, pró-Rússia.
Milanovic - um jurista e diplomata de 58 anos que desempenhou as funções de primeiro-ministro entre 2011 e 2015 - é o candidato apoiado por uma frente política que junta o Partido Social Democrata (SDP), na oposição, e nove pequenos partidos de centro-esquerda.
De acordo com uma recente sondagem, o atual chefe de Estado vencerá à primeira volta com 39% dos votos, contra 23% do candidato do partido conservador HDZ (União Democrática Croata, partido do primeiro-ministro Andrej Plenkovic), o médico e investigador geneticista Dragan Primorac.
Entre os outros seis candidatos destacam-se a conservadora independente Marija Selak Raspudic, que poderá ter até 10% dos votos, e Ivana Kekin, do centro-esquerda Mozemo (Podemos), a quem as sondagens dão 9% das intenções de voto.
Se ninguém conseguir a maioria absoluta na primeira volta este domingo, os dois candidatos mais votados irão disputar uma segunda e última votação, duas semanas depois.
O cargo de Presidente na Croácia tem essencialmente poderes protocolares, mas também grande prestígio social e alguns poderes na política externa, para além de ser o comandante-chefe das Forças Armadas.
A principal vantagem de Milanovic é que muitos cidadãos querem um contrapeso ao HDZ, que governou durante 25 dos 33 anos de independência da Croácia.
Milanovic tornou-se Presidente da Croácia em 2020, depois de vencer, com 53% dos votos, Kolinda Grabar-Kitarovic, candidata apoiada pelo HDZ.
O seu primeiro mandato foi marcado por confrontos e desentendimentos com o Governo e, pessoalmente, com o primeiro-ministro Plenkovic.
Durante a campanha eleitoral, Dragan Primorac prometeu apoiar a política pró-europeia e pró-NATO do primeiro-ministro, que acusa Milanovic de querer "arrastar a Croácia para o mundo russo".
Milanovic, por sua vez, afirmou já no início da agressão russa contra a Ucrânia que a NATO tinha provocado Moscovo com o seu alegado "desejo de alargamento", enquanto um dos 'slogans' em que mais insistiu nesta campanha foi o de que "o soldado croata não lutará nas guerras alheias".
Embora a Croácia tenha alcançado várias conquistas económicas sob a liderança de Plenkovic, como a entrada na Zona Euro e um crescimento de 3,6% em 2024, o país está entre os cinco mais pobres da UE.
Além disso, a gestão de Andrej Plenkovic foi marcada por escândalos de corrupção que afetaram vários membros do seu Governo.
A opinião pública mostrou-se indignada e Milanovic acusou as autoridades de não terem capacidade para enfrentar o crime organizado e a corrupção.
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