Tebune, reeleito para o cargo este ano, acredita que as iniciativas apresentadas implicam escolher "entre o ruim e o pior", quando o que está por trás do conflito na região é "uma questão de descolonização e de autodeterminação".
O Presidente argelino, num discurso proferido perante as duas câmaras do Parlamento, apelou a questões de todo o tipo, desde económicas a históricas, para recordar a "desolação" que foi a colonização francesa na Argélia.
O Presidente argelino voltou a criticar os laços entre Paris e Rabat, tendo como pano de fundo o futuro do Saara Ocidental, quando acontece um arrefecimento das relações entre a Argélia e a França.
O plano de autonomia é, segundo Tebune, "uma ideia francesa e não marroquina. E sabemos disso há décadas", segundo a agência de notícias APS.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, conseguiu melhorar as relações com Marrocos este ano ao reconhecer a soberania marroquina sobre o Saara Ocidental em julho, uma decisão que a Argélia repudiou publicamente.
Numa vasta extensão desértica de 266.000 quilómetros quadrados localizada ao norte da Mauritânia, o Saara Ocidental - antiga colónia espanhola ocupada por Marrocos em 1975 - é o último território do continente africano cujo estatuto pós-colonial não está definido: Marrocos controla mais de 80% no oeste, a Frente Polisário menos de 20% a leste, todos separados por um muro de areia e uma zona tampão sob o controlo das forças de manutenção da paz da ONU.
Apesar da resistência do grupo Frente Polisário, com quem permaneceu Marrocos em guerra até 1991, as partes assinaram um cessar-fogo com vista à realização de um referendo de autodeterminação.
No final de 2020, os Estados Unidos - então sob a liderança do republicano Donald Trump - reconheceram a soberania marroquina sobre a antiga colónia espanhola, quebrando o consenso internacional sobre o estado atual do território disputado.
O último revés para o povo sarauí foi o apoio dos governos espanhol e francês ao plano de autonomia marroquino, uma mudança de posição descrita como traição pela Frente Polisário, que recorda também que Espanha ainda detém por direito o poder administrativo do Saara Ocidental.
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