Opositor de Conacri com pena de 2 anos por insultar chefe de Estado

Um tribunal de Conacri condenou hoje um político da oposição guineense, detido desde 26 de dezembro, a dois anos de prisão afetiva por ter insultado e difamado o chefe da junta militar, o general Mamadi Doumbouya.

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Lusa
02/01/2025 18:54 ‧ há 2 dias por Lusa

Mundo

Guiné

O procurador do tribunal de Kalum, o distrito administrativo e comercial da capital, Conacri, pediu dois anos de prisão para Aliou Bah, líder do Movimento Democrático Liberal (MoDel).

 

O líder da oposição negou as acusações contra si no julgamento que teve início na terça-feira.

Os seus advogados denunciaram as acusações "sem fundamento" dizendo que se trata de um "julgamento da liberdade de opinião".

Bah estava a caminho da vizinha Serra Leoa quando foi detido em 26 de dezembro, juntamente com dois dos seus assessores, indicou o seu partido.

"É um verdadeiro prisioneiro de consciência. O seu único crime é criticar o Estado pelo recrudescimento dos raptos e dos desaparecimentos forçados", declarou um dos seus advogados aquando da sua detenção.

As Forças Vivas da Guiné (FVG) e a Organização Guineense dos Direitos Humanos (OGDH) denunciaram a detenção de Bah em declarações separadas.

A detenção deste opositor é a mais recente de uma longa série de restrições severas às liberdades por parte da junta liderada pelo general Mamadi Doumbouya, que derrubou o Presidente civil Alpha Condé em 2021.

Além de Bah, dois opositores estão desaparecidos desde a sua detenção por homens armados em julho. Além disso, dois oficiais, incluindo o antigo chefe do Estado-Maior do Exército e antigo número dois do regime militar, e um médico, morreram em circunstâncias obscuras na sequência da sua detenção nos últimos meses.

Nas suas felicitações de Ano Novo, o chefe da junta anunciou que 2025 seria um "ano eleitoral crucial para completar o regresso à ordem constitucional" na Guiné-Conacri, país vizinho da Guiné-Bissau, sem indicar uma data precisa.

A junta tinha-se comprometido inicialmente, sob pressão internacional, a entregar o poder aos civis eleitos antes do final de 2024, mas não cumpriu a sua promessa.

Leia Também: Bissau apreensiva com situação em Moçambique apela a Mondlane que procure o diálogo

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