Candidato vencedor recorre novamente da anulação da eleição romena

O vencedor da primeira volta das eleições presidenciais anuladas na Roménia, Calin Georgescu, recorreu hoje ao Tribunal Supremo contra a decisão do Tribunal de Bucareste, que rejeitou o seu recurso a contestar a invalidação dos resultados pela justiça romena.

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© Andrei Pungovschi/Getty Images

Lusa
03/01/2025 19:04 ‧ ontem por Lusa

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Roménia

Georgescu apresentou hoje este novo recurso poucos dias após ter recorrido ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) para que suspendesse a decisão do Tribunal Constitucional romeno sobre a anulação da primeira volta das eleições, para obrigar o Governo a retomar o processo eleitoral de acordo com os resultados do início de dezembro.

 

Em 31 de dezembro, o Tribunal de Recurso de Bucareste rejeitou o recurso de Georgescu contra a anulação das eleições presidenciais, por o considerar desprovido de fundamento.

O nacionalista Georgescu venceu a primeira volta das eleições presidenciais de 24 de novembro, com 23% dos votos, à frente da candidata europeísta Elena Lasconi (19%).

O Tribunal Constitucional romeno anulou a primeira volta das eleições no dia 06 de dezembro e ordenou o reinício do processo eleitoral, cuja data ainda não foi definida pelo Governo liderado pelo primeiro-ministro social-democrata, Marcel Ciolacu.

A decisão sem precedentes do Tribunal Constitucional - que tem caráter definitivo - foi tomada depois de o Presidente Klaus Iohannis ter desclassificado informações que alegavam que a Rússia tinha levado a cabo uma campanha em grande escala, com milhares de contas nas redes sociais, para promover Georgescu em plataformas como o TikTok e o Telegram.

O Serviço de Informações Romeno (SRI) confirmou posteriormente que a campanha do candidato pró-russo havia sido apoiada por uma estratégia de interferência com um "modo de funcionamento de um ator estatal", que não mencionou.

Segundo os serviços secretos romenos, quase 800 contas na rede social Tiktok, criadas por um "Estado estrangeiro" em 2016, foram subitamente ativadas durante a campanha para apoiar Georgescu, e outras foram 25.000 criadas duas semanas antes das eleições.

Os relatórios dos serviços secretos indicam também que a "promoção agressiva" de Georgescu durante a sua campanha nas redes sociais recebeu um financiamento externo não declarado de mais de um milhão de euros, apesar de o candidato afirmar não ter gastado nada na sua campanha.

Espera-se que as eleições se voltem a realizar na primavera, entre março e maio deste ano.

Georgescu continua a defender a legitimidade do voto romeno, mas as autoridades questionam a autenticidade do processo.

Estas eleições são encaradas pelos observadores como cruciais para o futuro deste país da União Europeia de quase 20 milhões de habitantes que faz fronteira com a Ucrânia, que enfrenta um ataque russo em grande escala desde fevereiro de 2022.

O Tribunal Constitucional da Roménia tinha inicialmente validado os resultados da primeira volta das eleições presidenciais de após recontagem, o que havia esclarecido a situação e permitido uma segunda volta das eleições presidenciais nas condições inicialmente previstas.

Leia Também: Cão foi o 1.º a passar fronteira após Roménia aderir ao espaço Schengen

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