Capitólio. A narrativa de Trump sobre o 6 de janeiro e os condenados

Acusado de "abandono do dever" pela comissão que investigou o 6 de janeiro, por não ter agido durante horas enquanto uma multidão assaltava o Capitólio, Donald Trump está prestes a regressar ao poder que tentou manter a todo o custo. 

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Lusa
06/01/2025 14:09 ‧ ontem por Lusa

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Quando milhares dos seus apoiantes invadiram o Capitólio, em 2021, Trump recusou-se a condenar as suas ações, apesar das várias mortes e destruição causada. Agora que se prepara para ser Presidente outra vez, disse que vai perdoar os invasores que foram condenados pelos seus crimes, incluindo secessão. Vários deles enfrentam penas superiores a 15 anos de prisão. 

 

"Vai começar na primeira hora", afirmou Trump numa entrevista à revista Time, em referência ao perdão dos assaltantes. Esta promessa alinha-se com a forma com o Presidente eleito falou dos assaltantes durante a campanha, chamando-lhes "prisioneiros políticos", "grandes patriotas", "reféns" e "vítimas". 

Organizou até várias angariações de fundos para as despesas dos arguidos e chegou mesmo a fazer donativos para esses fundos. 

Num comício em Waco, Texas, em março de 2023, abriu o evento com a canção "Justice for All", que foi gravada ao telefone pelo grupo de vinte condenados J6 Prison Choir, a partir da prisão. Mais tarde, no Ohio, Trump fez uma espécie de saudação de bandeira enquanto nos holofotes se pedia que as pessoas se levantassem "pelos horrível e injustamente tratados reféns do 06 de janeiro". 

Nos quatro anos que se seguiram ao ataque, a maior investigação da história do FBI culminou com cerca de 1.500 acusações, 1.100 condenações e 600 sentenças de prisão. A pena mais elevada foi de 22 anos para Enrique Tarrio, líder do grupo de extrema-direita Proud Boys, por conspiração secessionista. 

Em agosto, a procuradoria-geral de Washington fez um balanço da investigação, mostrando que ainda há 126 arguidos a aguardar julgamento. 

Cerca de 140 agentes da polícia foram atacados com violência nesse dia, incluindo com 'sprays' e barras de ferro. 

Mas em outubro, num evento transmitido pela cadeia televisiva hispânica Univison, Trump disse que o 06 de janeiro foi "um dia de amor" e negou que houvesse armas naquele dia, apesar de várias terem sido apreendidas. 

"Não tínhamos armas. Os outros tinham armas, mas nós não. E quando digo nós, são as pessoas que marcharam". 

A postura do presidente eleito tem-se tornado progressivamente mais simpática a favor dos assaltantes. No próprio dia do assalto, disse em vídeo que os amava e sentia a sua dor, mas que fossem para casa em paz. No dia seguinte, prometeu que quem tivesse violado a lei iria pagar. 

No entanto, não demorou muito para que voltasse a mostrar solidariedade para com as ações dos assaltantes, algo que também aconteceu com os legisladores republicanos. Mesmo os que se esconderam no próprio dia, como Andrew Clyde, alegaram mais tarde que a invasão fora pacífica e apenas compostas por turistas. 

Em agosto de 2023, um júri especial indiciou Donald Trump por conspiração para defraudar os Estados Unidos, com base na investigação do procurador especial Jack Smith sobre os eventos do 06 de janeiro. Este caso, que ia para julgamento, foi arquivado devido à vitória de Trump nas eleições presidenciais. 

Além de prometer perdão aos condenados do 06 de janeiro, Donald Trump também afirmou que quer acusar criminalmente os membros da comissão que investigou o assalto no Congresso. 

Esta comissão fez mais de mil entrevistas e conduziu 10 audiências públicas, durante as quais contabilizou ao minutos a inação de Trump perante a violência e os estratagemas dos seus aliados para subverter os resultados da eleição de 2020, incluindo enviar falsos grandes eleitores do colégio eleitoral ao processo de certificação. 

Leia Também: O assalto ao Capitólio hora a hora, 4 anos após o dia negro

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