Operação de segurança de cinco dias na cidade de Homs chega ao fim

Os meios de comunicação social sírios anunciaram hoje o fim da operação de segurança de cinco dias na cidade de Homs, conduzida principalmente nos bairros da minoria muçulmana alauita, da qual faz parte o antigo presidente Bashar al-Assad.

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© REUTERS/Mahmoud Hasano

Lusa
06/01/2025 19:33 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Síria

De acordo com a agência oficial síria Sana, foram detidos "vários suspeitos", alguns dos quais foram entregues à justiça, enquanto outros permanecem detidos para investigação.

 

"A ampla campanha terminou nos bairros de Homs, uma vez que os seus objetivos foram atingidos", declarou a agência Sana, citando o chefe da Segurança Geral de Homs, sem o identificar.

A operação teve como alvo "depósitos de armas" e levou à detenção de "criminosos que prejudicaram o povo sírio durante 13 anos e se recusaram a entregar as suas armas", segundo a agência síria.

O oficial citado pela agência noticiosa alertou que qualquer pessoa que tenha cometido tais crimes durante a guerra civil síria terá de ser responsabilizado, convidando a população a denunciar "qualquer violação" por parte dos combatentes.

Um antigo responsável pelas câmaras de vigilância da prisão de Saydnaya, perto de Damasco, um símbolo da repressão em massa do antigo regime, acusado de "crimes contra o povo sírio", foi detido na semana passada durante a operação em Homs, segundo a Sana.

Desde a queda do regime do presidente Bashar al-Assad, derrubado em 08 de dezembro por uma coligação de rebeldes liderada pela Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham - HTS, em árabe), o governo de transição tem vindo a recrutar antigos recrutas e soldados, instando-os a depor as armas.

No entanto, as autoridades informaram que os membros das "milícias de Assad" em Homs não entregaram as armas ao novo governo.

Rami Abdel Rahmane, diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), declarou à agência noticiosa francesa AFP que 150 pessoas foram detidas na cidade e 500 foram detidas nos arredores, principalmente em bairros da minoria alauita, relatando "abusos contra os detidos durante a operação".

Em 25 de dezembro, milhares de pessoas manifestaram-se em várias regiões da Síria após a divulgação de um vídeo que mostrava um incêndio num dos seus santuários.

Na semana passada, as forças de segurança lançaram uma operação contra combatentes pró-Assad na província costeira de Tartus, um território alauita, segundo os meios de comunicação social estatais, após combates com homens armados afiliados ao antigo governo.

Depois de Bashar al-Assad ter fugido para Moscovo, na sequência da tomada de Damasco pelas forças rebeldes a 08 de dezembro, os membros da minoria alauita saudaram a sua queda, mas disseram temer a marginalização, ou pior, represálias.

As novas autoridades sírias estão a aumentar as medidas de segurança para com todas as minorias num país traumatizado pela guerra.

O governo de transição, controlado pelo grupo islamita sunita HTS, que liderou a coligação que derrubou o presidente Bashar al-Assad há três semanas, advertiu com veemência que atacará "com mão de ferro" todos aqueles que tentarem "perturbar a estabilidade ou espalhar o caos" na Síria.

A comunidade internacional já afirmou que algumas das condições necessárias para apoiar as novas autoridades em Damasco incluem o respeito pelas minorias, etnias e religiões e a formação de um governo abrangente.

Leia Também: Erdogan adverte contra a divisão da Síria e diz estar pronto a intervir

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