O líder da oposição da Venezuela, Edmundo González Urrutia, denunciou, esta terça-feira, que o seu genro foi raptado por “homens encapuzados e vestidos de preto”, enquanto deixava os filhos na escola, em Caracas.
“Esta manhã, o meu genro Rafael Tudares foi raptado. Rafael ia a caminho da escola dos meus netos de sete e seis anos, em Caracas, para os deixar nas aulas, e foi intercetado por homens encapuzados e vestidos de preto, que o meteram numa carrinha dourada, de matrícula AA54E2C, e o levaram. Atualmente, encontra-se desaparecido”, escreveu, na rede social X (Twitter).
Urrutia não forneceu mais detalhes, nem deu conta do paradeiro dos netos.
Esta mañana fue secuestrado mi yerno Rafael Tudares.
— Edmundo González (@EdmundoGU) January 7, 2025
Rafael se dirigía a la escuela de mis nietos de 7 y 6 años, en Caracas, a dejarlos por el inicio a clases, y lo interceptaron hombres encapuchados, vestido de negro, lo montaron en una camioneta color dorado, placa AA54E2C y…
O rapto sucedeu dias antes da tomada de posse de Nicolas Maduro, a 10 de janeiro, na sequência da sua eleição para um terceiro mandato (2025-2031) à frente do país, que foi validado pelo Supremo Tribunal, apesar das várias críticas.
Atualmente em digressão internacional, que já passou pela Argentina e Uruguai, González Urrutia apelou no domingo a que o exército o apoie.
Fontes próximas do político venezuelano adiantaram à EFE que González cancelou o resto da sua agenda de hoje nos Estados Unidos, mas que a delegação seguirá para o Panamá "para continuar a viagem" destinada a recolher apoio internacional para a investidura desta semana.
González tinha previsto reunir-se no Congresso dos Estados Unidos com o senador democrata Dick Durbin, do Illinois, e outros legisladores, quando decidiu cancelar a sua agenda após saber do rapto do genro.
"No dia 10 de janeiro, por vontade soberana do povo venezuelano, devo assumi o posto de comandante-em-chefe", afirmou o político, numa mensagem publicada nas redes sociais, enquanto a líder da oposição Corina Machado apelou a manifestações para quinta-feira.
Entretanto, o ministro venezuelano da Administração Interna, Diosdado Cabello, ameaçou que Edmundo González Urrutia será detido se "puser os pés" na Venezuela.
Maduro foi declarado vencedor com 52% dos votos pelo Conselho Nacional Eleitoral, que justificou a não publicação dos relatórios das assembleias de voto devido a alegada pirataria informática.
Publicando as atas, a oposição garantiu que Urrutia obteve mais de 67% dos votos, mas o candidato está exilado em Espanha desde setembro.
A repressão das manifestações após o anúncio da vitória de Maduro causou 28 mortos, cerca de 200 feridos e 2.400 detidos. Pelo menos três dos detidos morreram na prisão.
[Notícia atualizada às 21h05]
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