A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, já foi libertada, após ter sido detida, esta quinta-feira, em Caracas, depois de uma manifestação anti-Maduro. De acordo com a Reuters, que cita o movimento Vente Venezuela, terá sido forçada a gravar vários vídeos durante o tempo em que esteve detida.
"Hoje, 9 de janeiro, ao sair da manifestação em Chacao, Caracas, María Corina foi violentamente intercetada e derrubada da mota que a transportava. No incidente, foram disparadas armas de fogo. Foi levada à força.
Durante o tempo em que esteve sequestrada, foi forçada a gravar vídeos e depois foi libertada", pode ler-se numa publicação na rede social X do Comando ConVzla, acrescentando que "nas próximas horas" María Corina Machado "vai dirigir-se ao país para explicar o que aconteceu".
#Atención ‼️
— Comando ConVzla (@ConVzlaComando) January 9, 2025
Hoy, #9Ene, saliendo de la concentración en Chacao, Caracas, María Corina Machado (@MariaCorinaYA) fue interceptada y tumbada de la moto en la que se trasladaba. En el suceso detonaron armas de fuego. Se la llevaron retenida por la fuerza. Durante el periodo de su…
Esteve quatro meses escondida
A última aparição de María Corina Machado foi a 28 de agosto de 2024. Desde então, a líder da oposição venezuelana manteve-se escondida. No entanto, esta quinta-feira, 9 de janeiro, reapareceu num protesto, em Caracas, contra o governo de Nicolás Maduro, na véspera da tomada de posse presidencial.
Debaixo de aplausos, apareceu no comício, no distrito comercial de Chacao, vestida de branco e a agitar uma bandeira da Venezuela, em cima de um camião. "Nunca me senti tão orgulhosa na minha vida. Em toda a Venezuela, as pessoas saíram à rua", disse, no local onde milhares de pessoas a esperavam há horas.
Próximos dias? Serão "históricos e decisivos para a liberdade"
"Estamos, a partir de hoje, numa nova fase. Temos estado a preparar-nos para estes dias e estas semanas", referiu Machado, no protesto que reclamava a vitória do líder da maior coligação da oposição, Edmundo González Urrutia, nas eleições presidenciais de julho.
Para Machado, "o fim do regime chavista" vai depender do que acontecer esta sexta-feira, quando está marcada a cerimónia de posse presidencial, à qual quer Maduro quer González dizem que vão comparecer.
Libertada horas depois ser "violentamente intercetada"
Quando abandonava a manifestação anti-Maduro, María Corina Machado foi detida, após ter sido "violentamente intercetada". Horas mais tarde, foi libertada, depois de vários países europeus (Espanha, Itália) e da região (Argentina, Panamá, entre outros), terem exigido a sua libertação.
Entretanto, o governo venezuelano, na pessoa do ministro do Interior, Diosdado Cabello, classificou de uma "invenção, uma mentira" o anúncio da oposição. De recordar que, Nicolás Maduro foi proclamado vencedor das presidenciais de 28 de julho, com 52% dos votos, pelo Conselho Eleitoral (CNE), considerado sob controlo do poder. Por sua vez, a oposição garante que Edmundo González Urrutia obteve mais de 67% dos votos.
Recorde-se que Nicolás Maduro tenciona ser indigitado na sexta-feira para um terceiro mandato presidencial, após ter sido dado como vencedor das presidenciais de 28 de julho, o que a oposição e parte da comunidade internacional contestam.
[Notícia atualizada às 22h10]
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