Secretário-geral da ONU saúda nomeação do novo presidente do Líbano

O secretário-geral da ONU, António Guterres, saudou hoje a nomeação de Joseph Aoun como Presidente do Líbano, após dois sem presidência, e espera que "responda às necessidades e aspirações do povo libanês".

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
09/01/2025 23:19 ‧ há 7 horas por Lusa

Mundo

António Guterres

Joseph Aoun, um comandante militar de 60 anos e um cristão maronita - a Constituição libanesa obriga a que um cristão seja presidente numa base de quotas - obteve o apoio de 99 dos 128 deputados, ultrapassando os dois terços exigidos por lei.

 

Guterres afirmou que, na sequência desta nomeação, espera-se que o novo governo "reforce a autoridade do Estado em todo o país e avance com as reformas tão necessárias".

O governo cessante de Najib Mikati está em regime interino há quase três anos, desde as eleições parlamentares de maio de 2022, e caberá a Aoun nomear um novo primeiro-ministro, que por sua vez enfrentará a árdua tarefa de conseguir uma distribuição de pastas aceitável em todo o espetro político fragmentado.

António Guterres reiterou que a ONU apoiará "o reforço da soberania, da estabilidade e da independência política no Líbano", numa altura em que o país está a ser atacado a sul pelo exército israelita, que há vários meses ataca alegados alvos do Hezbollah xiita no sul do Líbano.

O secretário-geral apelou aos libaneses para que avancem "na rápida formação de um novo governo".

A votação de quinta-feira para eleger Joseph Aoun teve lugar no meio de uma forte pressão internacional para que os blocos políticos libaneses pusessem de lado as diferenças que os impediram de chegar a um candidato de consenso em dois anos.

O nome do chefe do exército esteve em cima da mesa desde o início, sendo considerado um candidato neutro e aceite pelos Estados Unidos.

Aoun foi eleito novo Presidente do Líbano na sequência do fim do mandato de Michel Aoun - sem qualquer relação familiar com o novo titular - e num contexto de críticas sobre uma possível violação da Constituição, por ser eleito enquanto se encontra ainda a comandar as Forças Armadas.

Vários deputados criticaram duramente a situação durante a sessão parlamentar, afirmando tratar-se de uma violação da lei fundamental do Estado, que deveria ser alterada para permitir que Aoun possa assumir o cargo, uma vez que atualmente impede a eleição como Presidente de qualquer pessoa que tenha ocupado um cargo de responsabilidade durante os dois anos anteriores.

A eleição ocorreu após 12 tentativas falhadas, devido ao impasse legislativo entre os blocos liderados pelo Hezbollah e os seus opositores, que foi finalmente quebrado no âmbito do cessar-fogo acordado no final de novembro com Israel e perante a pressão internacional para pôr fim ao vazio na presidência, considerado fundamental para tirar o país da profunda crise económica e social em que há anos se encontra.

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e outros líderes ocidentais já felicitaram a eleição do chefe de Estado. 

Joseph Aoun é o primeiro presidente que não está diretamente ligado ao Hezbolla em décadas.

Leia Também: Guterres afirma-se "triste e chocado" com incêndios em Los Angeles

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