Berlim quer apoiar Síria sem deixar cair sanções contra suspeitos de crimes de guerra

A Alemanha quer manter as sanções contra sírios suspeitos de crimes de guerra, mas propõe uma abordagem inteligente que permita assegurar apoio à população, após a queda de Bashar al-Assad, afirmou hoje a ministra dos Negócios Estrangeiros alemão.

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© Michael Kappeler/picture alliance via Getty Images

Lusa
12/01/2025 12:14 ‧ há 2 horas por Lusa

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crimes de guerra

"As sanções contra os homens de confiança de Assad que cometeram graves crimes durante a guerra civil devem manter-se", disse hoje a chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock, que falava aos jornalistas após chegar à Arábia Saudita, onde participa numa conferência sobre o futuro da Síria, onde estarão presentes altos representantes da diplomacia europeia e do Médio Oriente.

 

Apesar da vontade de as manter em vigor, a Alemanha propõe "uma abordagem inteligente" a essas mesmas sanções, por forma a assegurar "um rápido apoio à população síria", explicou.

"Os sírios precisam agora de um rápido ganho da transição de poder", afirmou.

A Alemanha é um de vários países que implementou sanções contra o Governo liderado por Assad, que caiu há cerca de um mês, com essas punições a poderem afetar a recuperação da Síria, após 14 anos de guerra civil que terá provocado a morte de cerca de meio milhão de pessoas e deslocado mais de metade da população daquele país.

Baerbock anunciou também uma ajuda adicional de 50 milhões de euros da Alemanha em comida, abrigos e cuidados de saúde para a Síria.

Na semana passada, os Estados Unidos aliviaram algumas das restrições em vigor na Síria, nomeadamente a emissão de uma licença, com a duração de seis meses, que autoriza certas transações com o Governo sírio.

Washington deixou também cair a recompensa de dez milhões de dólares (9,75 milhões de euros) pela captura do agora líder de facto da Síria, Ahmad al-Charaa, pelo seu papel na frente do grupo al-Nusra (com ligações à al-Qaida).

O novo Governo sírio, de inspiração islamita, tem procurado mostrar ao país e ao mundo que não constitui uma ameaça à segurança e à estabilidade do Médio Oriente e que traz um ímpeto reformista que a população há muito reivindicava, num país com uma grande diversidade étnica e religiosa, onde vivem árabes sunitas e xiitas, curdos, cristãos e drusos.

A Síria é hoje governada por uma coligação de rebeldes, liderada pela Organização para a Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, HTS), de Ahmad al-Charaa.

Al-Charaa tem insistido que o seu percurso radical pertence ao passado, mas muitas das bases da coligação de rebeldes que depôs Assad vieram de movimentos ligados à al-Qaida e ao Estado Islâmico.

Leia Também: Ministros árabes coordenam posições sobre a Síria antes de reunião

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