Mais de 20 mortos em combates entre curdos-sírios e fações pró-turcas

Mais de 20 combatentes foram mortos nos últimos dois dias em confrontos entre as Forças Democráticas Sírias, liderada pelos curdos-sírios, e fações pró-turcas no nordeste da Síria, onde as forças apoiadas pela Turquia lançaram há um mês uma ofensiva.

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© ABDULAZIZ KETAZ/AFP via Getty Images

Lusa
12/01/2025 13:19 ‧ há 5 horas por Lusa

Mundo

Síria

As Forças Democráticas Sírias (FDS) afirmaram em comunicado que mataram "23 mercenários pró-turcos" e feriram outros 36, reconhecendo ainda a morte de três dos seus combatentes na zona rural a sudeste da cidade de Manbech, onde os combates prosseguem apesar da entrada em vigor de um cessar-fogo há algumas semanas.

 

"Apesar da ferocidade dos combates e dos bombardeamentos aéreos dos aviões de guerra turcos e dos UAV ['drones'], as nossas forças das FDS mostraram uma resistência heroica, repelindo todos os ataques inimigos nos últimos dois dias", declarou a aliança curda apoiada pelos Estados Unidos.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos afirmou que pelo menos sete combatentes da milícia do Exército Nacional Sírio (SNA), treinada e financiada por Ancara, foram mortos nas últimas horas durante a sua ofensiva para "assumir o controlo de posições estratégicas" detidas pelos curdos.

A organização não-governamental, com sede no Reino Unido e que tem uma extensa rede de parceiros no terreno, disse que os novos confrontos eclodiram depois de o SNA ter levado a cabo "um ataque violento" perto da barragem chave de Tishrin, de onde está a tentar empurrar as FDS para o nordeste da Síria.

Esta nova escalada em Manbech coincide com os protestos de civis nas zonas próximas da barragem em apoio às FDS e para exigir que a comunidade internacional intervenha para impor uma zona de exclusão aérea e o fim dos ataques das milícias apoiadas pela Turquia.

De acordo com o observatório, 349 pessoas foram mortas no último mês de combates: 31 civis, 253 milicianos pró-turcos e 65 combatentes das FDS e formações armadas afins.

A ofensiva do SNA contra as FDS começou logo após a participação do grupo na coligação islamista que derrubou o Presidente sírio, Bashar al-Assad, em 8 de dezembro.

A Turquia considera as Unidades de Proteção Popular (YPG), a principal componente das FDS, como uma extensão do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), pró-independência, contra o qual luta há quatro décadas, e insiste em "erradicar" as forças curdas.

Leia Também: Ministros árabes coordenam posições sobre a Síria antes de reunião

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