"Pelo menos dois terços já investem pelo menos 2% [do Produto Interno Bruto em defesa] e isso é bom, agradeço o esforço, mas, para ser honesto, 2% é insuficiente. Para a nossa segurança, precisamos de gastar consideravelmente mais de 2%", disse Mark Rutte no Parlamento Europeu (PE).
Perante a Comissão de Negócios Estrangeiros do PE, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) insistiu que é "preciso gastar mais, não para provocar a guerra, mas para impedi-la".
Rutte, que vai viajar hoje para a Finlândia para discutir a proteção das infraestruturas críticas dos países que integram a NATO, acrescentou que uma "defesa mais forte é a prioridade" do seu mandato.
No entanto, alertou, para concretizar esse desígnio é necessário "acabar com os entraves" entre os países da Aliança Atlântica para facilitar o investimento e reforçar a base industrial de defesa.
Durante a audição na Comissão de Negócios Estrangeiros, os parlamentares questionarem Mark Rutte, ex-primeiro-ministro dos Países Baixos, sobre o regresso do republicano Donald Trump à Casa Branca, no dia 20 de janeiro.
Trump é um ávido crítico da NATO e já ameaçou de novo a organização político-militar com a saída dos Estados Unidos, se não houver um investimento acima dos 5% do Produto Interno Bruto em defesa. Recentemente, Trump sugeriu anexar a Gronelândia como um desígnio de segurança norte-americano, apesar de o território pertencer à Dinamarca.
O secretário-geral da NATO admitiu que "é necessário dialogar" com o próximo Presidente dos Estados Unidos e que Trump "muitas vezes teve razão".
Desviando atenções da questão Gronelândia, Mark Rutte alertou que o que está em causa é a segurança da região do Ártico e que foi isso que depreendeu das palavras de Donald Trump.
[Notícia atualizada às 19h44]
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