Regresso de Trump deixa europeus pessimistas mas dá esperança de paz

Os europeus veem com pessimismo o regresso de Donald Trump à Casa Branca, mas muitos países acreditam num efeito positivo em vários conflitos, conclui-se num inquérito realizado pelo Conselho Europeu dos Negócios Estrangeiros em 24 Estados.

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© Chip Somodevilla/Getty Images

Lusa
15/01/2025 09:03 ‧ há 3 horas por Lusa

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O estudo "Sozinho num mundo Trumpiano: A UE e a opinião pública global após as eleições nos EUA", hoje publicado, indica que os aliados tradicionais dos EUA -- União Europeia (UE), Reino Unido e Coreia do Sul - estão céticos em relação à atuação do próximo Presidente norte-americano, que assume o cargo na próxima segunda-feira, duvidando que Trump traga paz ao Médio Oriente ou à Ucrânia.

 

Apenas 24% no Reino Unido, 31% na Coreia do Sul e 34% na UE (resultado médio em 11 países da UE inquiridos) acreditam que o regresso de Trump torne mais provável a obtenção da paz na Ucrânia, e ainda menos pessoas (16% no Reino Unido, 25% na UE e 19% na Coreia do Sul) acham que facilita a resolução do conflito no Médio Oriente.

De uma forma mais abrangente, apenas uma em cada cinco pessoas da UE afirma ver atualmente os EUA como um aliado.

Este número representa uma queda significativa em relação ao cenário de há dois anos (31%) e contrasta com a proporção de norte-americanos que consideram a UE como um aliado (45%).

No entanto, a maioria dos inquiridos dos 24 países abrangidos pelo estudo revelou estar otimista e acreditar que o republicano "não será apenas bom para a América, mas também trará a paz ou reduzirá as tensões na Ucrânia, no Médio Oriente e nas relações EUA-China".

O regresso de Trump é particularmente apreciado entre os cidadãos dos países BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Etiópia e Irão) e da Turquia.

Em países como a Índia e a China, a Turquia e o Brasil, a maioria pensa que o regresso de Donald Trump é bom para a paz no mundo, para os seus países e para os cidadãos norte-americanos.

Na Ucrânia, os inquiridos estão mais positivos do que no resto da Europa, mas mostram um profundo conflito sobre os termos de um possível acordo com Moscovo.

Fora da Europa, muitos veem a UE como uma potência comparável aos Estados Unidos e à China e preveem o crescimento da influência do bloco europeu na próxima década.

O bloco é também amplamente visto como um "aliado" ou "parceiro necessário" pelos inquiridos, sobretudo na Ucrânia e nos Estados Unidos, sendo uma opinião apenas contrariada pela Rússia.

Os especialistas em política externa e autores do relatório, Mark Leonard, Ivan Krastev e Timothy Garton Ash, referem, no entanto, que os líderes europeus poderão ter dificuldades em unir-se para apresentar uma resistência comum ao Presidente eleito dos EUA.

"Nos últimos dois anos, com o governo de Biden lado a lado com a Europa na invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia, foi ainda possível falar de um 'Ocidente unido' na política externa", mas com o regresso de Trump, "as divisões não ocorrerão apenas entre os EUA e a Europa, mas também dentro da própria UE", defendem.

O estudo, realizado em novembro -- após as presidenciais norte-americanas -, em colaboração com o projeto Europa num Mundo em Mudança da Universidade de Oxford e em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian, recolheu dados de 11 Estados-membros da UE (Alemanha, França, Itália, Polónia, Portugal, Espanha, Dinamarca, Estónia, Roménia, Bulgária e Hungria), além da China, Reino Unido, Ucrânia, Índia, Turquia, Rússia, EUA, Brasil, Arábia Saudita, África do Sul, Indonésia, Coreia do Sul e Suíça, e foi encomendado pelos institutos de sondagem YouGov, Datapraxis e Gallup International Association.

Leia Também: Republicanos determinam bandeiras à altura máxima na tomada de posse de Trump

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