"A Rússia está a tentar enfraquecer as nossas democracias e minar a nossa liberdade", disse Rutte num discurso aos chefes de Estado-Maior dos países da Aliança Atlântica, que se reúnem hoje e na quinta-feira em Bruxelas.
"E não está sozinha, tem a China, a Coreia do Norte e o Irão do seu lado", acrescentou, citado pela agência espanhola EFE.
A cinco meses e meio da próxima cimeira dos aliados em Haia, em junho, o antigo primeiro-ministro neerlandês apelou para que os membros da NATO continuem a fazer tudo o que puderem para manter a segurança das suas populações.
Rutte alertou para o que descreveu como "ações e campanhas desestabilizadoras" da Rússia.
"A nossa segurança futura está em jogo. A guerra da Rússia contra a Ucrânia continua. As ações hostis da Rússia contra os nossos próprios países estão a acelerar com ciberataques, tentativas de assassinato, atos de sabotagem e muito mais", denunciou.
Para Rutte, as perspetivas de segurança para a NATO "não parecem boas" porque persistem muitos outros perigos, como o terrorismo, a proliferação nuclear, a desinformação e as alterações climáticas.
Por isso, reafirmou o apelo para que os membros da NATO (sigla em inglês da Organização do Tratado do Atlântico Norte) aumentem o investimento na defesa.
"Para evitar a guerra, temos de nos preparar para a guerra. É altura de mudar para uma mentalidade de guerra, o que significa que temos de tornar as nossas defesas ainda mais fortes, gastando mais na defesa, produzindo mais e melhores capacidades de defesa", afirmou.
Rutte apelou também a um maior apoio à Ucrânia para alterar a trajetória da guerra.
Disse que os aliados querem que a guerra termine, mas devem assegurar que dure até à paz, numa alusão a possíveis diminuições de apoios, nomeadamente dos Estados Unidos sob a próxima administração de Donald Trump.
O presidente do Comité Militar da NATO, almirante Rob Bauer, afirmou que a Rússia não alcançou nenhum dos objetivos estratégicos na Ucrânia, enquanto "700.000 russos foram mortos e feridos e toda a população russa sofre com o peso da guerra".
O militar neerlandês disse também que os ucranianos são vítimas de "tortura, violação, rapto de crianças e adultos, negação total da sua identidade, campos de filtragem e valas comuns".
Bauer alertou que a luta pela liberdade "não é um 'slogan' pretensioso", sendo o que é feito todos os dias na Ucrânia, e referiu que a guerra da Rússia contra a Ucrânia tem repercussões globais.
A NATO está "profundamente preocupada com o papel da China na segurança internacional. Não há transparência sobre o seu desenvolvimento militar, incluindo as suas forças nucleares", afirmou.
Bauer acusou Pequim de manter "um comportamento cada vez mais agressivo" contra os países vizinhos e ser "um facilitador crucial do esforço de guerra da Rússia".
"A melhor resposta a tudo isto é mantermo-nos juntos mais firmemente do que nunca, estarmos mais unidos do que nunca, e é exatamente isso que a NATO e os seus parceiros estão a fazer", acrescentou.
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