O braço armado do Hamas avisou, esta quinta-feira, que os ataques aéreos israelitas em Gaza só estão a colocar em perigo os reféns que o grupo islamita tem sob o seu controlo.
"Qualquer agressão e bombardeamento nesta fase por parte do inimigo pode transformar a liberdade de um prisioneiro numa tragédia", explicaram as Brigadas Ezzedine Al-Qassam, numa mensagem partilhada no Telegram.
Note-se que o aviso é deixado numa altura em que o Hamas e Israel estão numa situação indefinida.
Em causa está um acordo entre o grupo islamita e Telavive, e mediado por países como o Qatar ou o Egito. Na quarta-feira, foi anunciado que as duas partes tinham chegado a um acordo, e que este era definido por várias partes.
A primeira teria início já no próximo dia e consistiria, para além da ajuda de centenas de camiões humanitários em Gaza, diariamente, a libertação de reféns.
Era esperado que 35 israelitas fossem libertados numa primeira fase, em troca de centenas de reféns feitos por Israel, alguns dos quais que condenados a penas de prisão perpétua - que estavam a ser cumpridas em Israel. Outros detalhes do acordo foram anunciados, e podem ser consultados aqui.
A ratificação por parte de Israel era esperado esta quinta-feira, mas o gabinete do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, adiou a aprovação do cessar-fogo, culpando o Hamas. Numa nota, citada pela imprensa internacional, Telavive deu conta de que o grupo islamita tentou "extorquir concessões de última hora" e garantiu que não iria reunir no âmbito da assinatura do acordo até que "os mediadores notificassem Israel de que o Hamas aceitou todos os elementos do acordo".
Israel não detalhou, no entanto, a que as partes de que acusava o Hamas de renegar. Segundo residentes e autoridades na Faixa de Gaza, citados pela Reuters, após o acordo Israel não deixou de atacar o local, com pelo menos 77 pessoas a morreram vítimas de ataques aéreos durante a noite.
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