"A tomada da zona tampão pela ocupação israelita é um ato irracional", declarou o xeque Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani, em conferência de imprensa conjunta com o novo líder da Síria, Ahmad al-Charaa, apelando à "retirada imediata" das tropas israelitas.
Em Damasco, o primeiro-ministro do Qatar prometeu hoje ao novo líder da Síria apoio para restabelecer a eletricidade e o apoio técnico necessário para revitalizar as infraestruturas do país.
O Qatar é também um dos três países mediadores das negociações de um cessar-fogo na Faixa de Gaza entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas, que doha anunciou ter sido alcançado esta quarta-feira.
Desde 08 de dezembro, a Síria vive um novo ciclo histórico, após os rebeldes, liderados pela Organização para a Libertação do Levante (Hayat Tahrir Al-Sham HTS) e por al-Charaa, terem expulsado o regime de Bashar al-Assad e assumido o poder.
Israel aproveitou a fase de transição em Damasco para usar as posições que já mantinha nos Montes Golã e ultrapassar a linha desmilitarizada entre os dois países, criada em 1974, e ocupar o lado sírio do Monte Hermon já nas proximidades da capital.
Telavive alega que não tem intenções territoriais na Síria e que as suas ações se destinam a prevenir que as armas do anterior regime caiam nas mãos de indivíduos ou grupos que possam ameaçar a segurança israelita.
Al-Charaa tem reiterado por seu lado que não procura um conflito com Israel.
O sul da Síria é uma região explosiva na confluência dos Montes Golã ocupados por Israel e do Líbano, onde as forças israelitas travaram uma guerra durante mais de um ano contra o grupo xiita libanês Hezbollah, aliado de Assad e do Irão, suspensa por um frágil acordo de cessar-fogo.
Entretanto no norte do país, desde a queda do regime do Presidente sírio, os grupos armados curdos, que recebem apoio dos Estados Unidos devido à sua luta contra o Estado Islâmico, têm combatido contra as milícias apoiadas pela Turquia.
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