Guterres insta a "máxima contenção" em operação israelita em Jenin

O secretário-geral da ONU instou hoje as forças de segurança israelitas à "máxima contenção" na Cisjordânia ocupada, após a subida para dez do número de mortos palestinianos numa operação militar de grande envergadura que lançaram em Jenin.

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Lusa
21/01/2025 20:44 ‧ há 6 horas por Lusa

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Médio Oriente

"Muito preocupado" com a violência na Cisjordânia ocupada, "em particular com a operação militar em grande escala em curso em Jenin", António Guterres "apela às forças de segurança para que exerçam a máxima contenção e utilizem a força letal apenas quando for absolutamente inevitável para proteger vidas", declarou Farhan Haq, porta-voz adjunto do líder da ONU.

 

Israel anunciou hoje que tinha lançado uma grande operação militar em Jenin, bastião de grupos armados na Cisjordânia ocupada, matando dez palestinianos, segundo a Autoridade Palestiniana.

No dia seguinte à tomada de posse do novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de quem o Governo israelita espera um forte apoio, o Exército israelita anunciou que tinha "lançado uma operação antiterrorista em Jenin", uma cidade no norte da Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967.

O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, declarou que o objetivo da operação "extensa e em grande escala" é "erradicar o terrorismo em Jenin".

Segundo o mais recente balanço do Ministério da Saúde palestiniano, dez pessoas morreram "em consequência da agressão israelita a Jenin" e "cerca de 35" ficaram feridas.

Um jornalista da agência de notícias francesa, AFP, no local viu que as forças de segurança palestinianas tinham retirado das posições que ocupavam em torno do campo de refugiados de Jenin, no âmbito de uma operação lançada em dezembro para tentar controlar grupos locais envolvidos na luta armada contra Israel.

De acordo com a mesma fonte, os sons de estrondos e de disparos de armas de fogo comprovam o decurso de combates violentos no interior do campo.

"As forças de ocupação estão a impedir que as nossas equipas cheguem aos feridos dentro do campo", disse o Crescente Vermelho Palestiniano ao início da tarde.

Jenin, e em particular o seu campo de refugiados, é regularmente alvo de operações militares israelitas contra membros ou dirigentes de grupos armados.

Nos últimos meses, as operações sucederam-se, deixando bairros inteiros isolados uns dos outros, nomeadamente porque o asfalto de certas estradas foi destruído por 'bulldozers' israelitas. O Exército explica que recorre a estas máquinas para se proteger de engenhos explosivos.

A 14 de janeiro, seis palestinianos foram mortos em Jenin por um ataque da Força Aérea israelita.

Na altura, o porta-voz da Segurança Preventiva palestiniana, general Anuar Rajab, denunciou uma operação [israelita] que frustrou "todos os esforços feitos [pelos seus serviços] para manter a segurança e a ordem e restaurar a normalidade".

"Ela (a operação) reflete as intenções premeditadas da ocupação de perturbar todos os esforços nacionais destinados a proteger o nosso povo", sustentou o general palestiniano.

No mesmo dia, representantes dos principais movimentos armados do campo tinham anunciado desejar um regresso à calma, em nome "da unidade".

A violência na Cisjordânia explodiu no início da guerra na Faixa de Gaza, que começou a 07 de outubro de 2023, em retaliação a um ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano Hamas ao sul de Israel, e tem agora em vigor um frágil cessar-fogo.

Desde essa data, pelo menos 848 palestinianos foram mortos na Cisjordânia pelo Exército israelita ou por colonos, indicou o Ministério da Saúde palestiniano.

Ao mesmo tempo, pelo menos 29 israelitas, entre os quais soldados, ali morreram em ataques palestinianos ou operações militares, segundo as autoridades israelitas.

"Não é com isto que um cessar-fogo se parece", declarou ao fim da tarde a B'Tselem, uma organização não-governamental (ONG) israelita de defesa dos direitos humanos nos territórios ocupados, referindo-se ironicamente à trégua na Faixa de Gaza, em vigor desde domingo.

"Longe de cessar o fogo contra os palestinianos, as ações de Israel mostram que não tem qualquer intenção de o fazer. Em vez disso, limita-se a desviar a sua atenção de Gaza para outras zonas que controla na Cisjordânia".

Leia Também: Novo balanço de seis mortos em operação de Israel na Cisjordânia

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