Robert Fico, que a oposição acusa de aproximar o país da Europa Central da Rússia, em vez de o alinhar com a União Europeia (UE) e a NATO, a que pertence, tinha exigido um debate sem audiência, alegando que ia apresentar um relatório dos serviços secretos aos deputados.
A oposição liberal progressista justificou a moção com as medidas, declarações e visitas internacionais pouco transparentes do Governo, liderado por Fico, "que põem em causa a orientação internacional do país", numa referência às recentes viagens de membros do Governo à Rússia.
Enquanto a bancada governamental manifestou o seu repúdio pelas alegadas conclusões do relatório apresentado por Fico, os deputados da oposição afirmaram que o que foi apresentado eram informações provenientes de fontes abertas na Internet.
Uma reunião dos líderes dos grupos parlamentares não encontrou consenso para continuar a sessão em público, em frente às câmaras de televisão, pelo que a oposição optou por abandonar a sessão e anunciou que iria apresentar uma nova moção.
Robert Fico e os seus parceiros de coligação têm uma escassa maioria parlamentar de 76 dos 150 lugares do hemiciclo.
A Eslováquia tem estado politicamente dividida desde a pandemia do coronavírus.
Desde que a coligação de populistas de esquerda e ultranacionalistas chegou ao poder, no outono de 2023, têm-se registado numerosos protestos de rua contra o governo e as suas políticas.
Fico é o principal aliado na UE do primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, com quem partilha posições pró-russas e críticas sobre a Ucrânia, a NATO e a UE.
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