"Comparado com a incapacidade em todos os aspetos do anterior inquilino [Joe Biden] da Casa Branca [presidência], existe hoje, mesmo que não seja grande, uma pequena janela de oportunidade", disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Riabkov.
Intervindo no Instituto EUA-Canadá da Academia Russa de Ciências, em Moscovo, Riabkov considerou, ao mesmo tempo, ser ainda cedo para avaliar a capacidade da nova administração norte-americana para chegar a acordos com a Rússia.
"É por isso que é importante compreender o que e com quem se vai negociar, como se vai relacionar com Washington, qual a melhor forma de maximizar as possibilidades e minimizar os riscos", afirmou, citado pela agência espanhola EFE.
Riabkov advertiu que se irá assistir nos Estados Unidos da América a novas tensões, divisões "e mesmo confrontos" que poderão influenciar a política externa do país.
Afirmou que Trump abriu uma era de "geopolítica da força" sem estar dominada por questões humanitárias e de género, e que as relações entre os dois países serão caracterizadas por um grande número de mudanças e desafios.
Riabkov disse que Trump é inspirado por um "messianismo histórico" e recordou que disse na posse que Deus o tinha salvado para tornar a América grande novamente, numa alusão a um ataque que sofreu durante a campanha eleitoral.
Trump, que tinha prometido acabar com a guerra em 24 horas e agora pede 100 dias para alcançar a paz, ameaçou na terça-feira impor mais sanções à Rússia se o Presidente russo, Vladimir Putin, se recusar a negociar um cessar-fogo com a Ucrânia.
Trump disse ainda que estava a reconsiderar o envio de armas para a Ucrânia e que tencionava falar "muito em breve" com o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, e com Putin.
O líder russo ordenou a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022 para "desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho, que fez parte da União Soviética.
A Ucrânia tem contado com o apoio de países aliados para fazer frente às tropas russas, sendo os Estados Unidos o maior fornecedor de armamento e ajuda financeira de Kiev.
Desconhece-se o número de vítimas em quase três anos de guerra, mas diversas fontes, incluindo a Organização das Nações Unidas, têm admitido que será elevado.
Leia Também: Rússia e Uzbequistão assinam programa de cooperação militar estratégica