Ibrahim Ajaj trabalhava para a agência de notícias Sana durante o regime de Bashar al-Assad, derrubado a 08 de dezembro do ano passado por uma coligação armada liderada pelo grupo radical islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS).
Foi raptado por dois homens na zona de Hama, centro da Síria.
Segundo a família, o corpo da vítima apresenta várias marcas de balas.
O fotógrafo tinha recebido mensagens ameaçadoras, disse um dos familiares à Agência France Presse, que não quis ser identificado por razões de segurança.
Em comunicado, o Ministério da Informação condenou o assassinato de Ibrahim Ajaj e afirmou total empenhamento no apoio à liberdade de imprensa e na proteção dos jornalistas.
O Ministério da Informação está a cooperar com o Ministério do Interior (correspondente ao Ministério da Administração Interna) para esclarecer as circunstâncias do crime e julgar os culpados.
Trata-se do primeiro assassinato de um jornalista ao serviço do governo de Bashar al-Assad, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Segundo o OSDH, sediado no Reino Unido, que dispõe de uma vasta rede de fontes na Síria, "homens armados não identificados" mataram o fotógrafo.
O Observatório disse também que grupos armados ligados ao HTS efetuaram execuções extrajudiciais contra apoiantes de Bashar al-Assad, nomeadamente nas cidades centrais de Hama e Homs.
O novo ministro da Informação, Mohamed al-Omar, declarou recentemente à France Presse que estava a trabalhar em prol de uma imprensa "livre", comprometendo-se a garantir a "liberdade de expressão" num país onde os meios de comunicação social foram "amordaçados" durante décadas.
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