"Penso que as principais áreas de terrorismo estão na fronteira sírio-iraquiana neste momento. Não devemos deixá-los operar e ameaçar o Iraque ou a Síria", advertiu Rashid numa mesa redonda sobre a Síria e o Médio Oriente.
"O Iraque está livre de terrorismo, mas há certas zonas fronteiriças controladas por terroristas na fronteira entre o Iraque e a Síria", acrescentou.
O presidente iraquiano disse que o novo Governo sírio, formado após a queda de Bashar al-Assad no mês passado, não controla todo o país e ofereceu ajuda às autoridades de Damasco para lidar com a ameaça terrorista.
Disse ainda que o Iraque está a acompanhar de perto a situação na Síria e manifestou a esperança de que o Governo de transição trabalhe para incluir as minorias étnicas e religiosas do país.
Rashid observou que o seu país está estável há cinco ou seis anos graças a eleições e à representatividade no parlamento, mas apelou à comunidade internacional para ajudar a reconstruir o país após um conflito prolongado.
Sobre o cessar-fogo na Faixa de Gaza, ao fim de 15 meses de conflito entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas, declarou que o recebeu com esperança, embora só uma solução final de dois estados com a Palestina possa colocar fim à tensão na região.
Por seu lado, o primeiro-ministro austríaco, que também participou na mesma mesa redonda, defendeu que era importante dar uma oportunidade às novas autoridades sírias e levantar todas as sanções, embora também esteja pronto para as voltar a impor se Damasco não cumprir com as suas obrigações.
"Não vai ser fácil [a transição]. Eles [os sírios] compreendem que esta é uma hipótese de sair do pesadelo que estavam a viver", considerou Alexander Schallenberg, referindo-se a décadas do regime autoritário da família Assad.
As novas autoridades de Damasco são dominadas pela Organização para a Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, HTS), que em 08 de dezembro, na liderança de uma coligação de grupos armados rebeldes, expulsou o regime de Bashar-al Assad.
No mesmo evento, Bronwen Maddox, diretora do 'think tank' Chatham House, sustentou que a nova administração de Donald Trump nos Estados Unidos pode ter consequências positivas em relação a conflitos como os da Ucrânia e da Faixa de Gaza.
No entanto, alertou que a situação também pode piorar se as suas soluções passarem por compensações, como dar "carta branca" a Israel para anexar a Cisjordânia, uma ambição do Governo israelita.
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