"Hoje, o Hamas vai entregar os nomes das quatro prisioneiras, no âmbito da segunda fase da troca" de reféns por prisioneiros palestinianos detidos por Israel, disse Bassem Naim, membro do gabinete político do grupo, numa entrevista telefónica à agência francesa AFP.
A primeira fase da trégua, que deverá durar seis semanas e começou no domingo passado, deverá permitir a libertação de 33 reféns detidos em Gaza em troca de um número muito maior de prisioneiros palestinianos detidos por Israel.
A primeira fase do acordo de cessar-fogo e de libertação de reféns em Gaza entrou em vigor no domingo, 19 de janeiro e, até agora, resultou na libertação de três reféns israelitas e de 90 prisioneiros palestinianos.
Segundo o acordo, imediatamente após a libertação dos quatro novos reféns, "as pessoas deslocadas no sul da Faixa de Gaza começarão a regressar ao norte", explicou o dirigente do grupo extremista palestiniano.
Um comité formado pelo Egito e pelo Qatar supervisionará a aplicação do acordo no terreno, acrescentou Naim.
O dirigente do Hamas Nahed al-Fajuri disse na quinta-feira que Israel fornecerá hoje uma lista do segundo grupo de prisioneiros palestinianos a serem libertados.
"O acordo sobre o próximo grupo na primeira fase do acordo estipula que todas as mulheres soldados de ocupação serão libertadas em troca de 30 prisioneiros palestinianos que cumprem penas de prisão perpétua e 20 prisioneiros condenados a penas longas", especificou Fajuri.
Uma fonte palestiniana próxima do Hamas descreveu também um processo idêntico ao do passado domingo, bem como o dos reféns libertados durante a anterior trégua, no final de novembro de 2023.
"As Brigadas Al-Qassam [braço armado do Hamas] e outras fações da resistência vão libertar os quatro reféns no sábado, antes da hora prevista", e entregá-los ao Comité Internacional da Cruz Vermelha, acrescentou a fonte.
O ataque do Hamas de 07 de outubro de 2023 causou a morte de 1.210 pessoas do lado israelita, na maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais.
Das 251 pessoas raptadas nesse dia, 91 continuam reféns em Gaza, 34 das quais mortas, segundo o exército israelita.
Outras foram dadas como mortas pelo Hamas, mas sem confirmação ou prova israelita.
Em represália, Israel lançou uma ofensiva devastadora na Faixa de Gaza, matando pelo menos 47.283 pessoas, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas, que controla o enclave desde 2007.
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