Segundo as fontes, a situação tem vindo a agravar-se desde outubro passado, com os campos de produção agrícola daquelas duas comunidades, na zona baixa do distrito de Muidumbe, a registarem forte presença de alegados membros dos grupos terroristas que operam na região.
"Desde a altura em que estávamos a derrubar mata, fugíamos sempre, porque homens armados, outros encapuzados, circulavam nas nossas machambas [campos agrícolas] e isso nos dá medo", relatou uma fonte a partir de Muidumbe.
Na última sexta-feira, na zona de produção agrícola de Miangalewa, a cerca de 20 quilómetros de Muidumbe, camponeses avistaram um grupo de pessoas estranhas, o que motivou o abandono de alguns para as suas aldeias.
"Os movimentos começaram em outubro e ganharam mais intensidade no presente mês", lamentou outra fonte, em Muidumbe.
Segundo os camponeses, caso o cenário e os receios se mantenham, há quem admita abandonar os campos, o que pode provocar cenários de fome localmente.
"Não temos como. Eles circulam, mesmo que não matem, são estranhos, e isso pode criar fome, pois alguns querem abandonar e irem para as suas casas", lamentou outra fonte.
Desde outubro de 2017, a província de Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico.
O último grande ataque deu-se em 10 e 11 de maio, a sede distrital de Macomia, com cerca de uma centena de insurgentes a saquearem a vila, provocando vários morto e fortes combates com as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e militares ruandeses, que apoiam Moçambique no combate aos rebeldes.
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