"Os ataques do inimigo israelita contra cidadãos que tentavam regressar às suas aldeias ainda sob ocupação deixaram 15 mortos, incluindo um soldado e três mulheres", lê-se no comunicado do ministério libanês, que, num balanço anterior, dava conta de 11 mortes e de 83 feridos, indicou a agência noticiosa France-Presse (AFP).
Por seu lado, a agência noticiosa Associated Press (AP) refere que os confrontos começaram quando as forças israelitas no sul do Líbano abriram fogo contra manifestantes que exigiam a sua retirada em conformidade com o acordo de cessar-fogo.
Várias pessoas foram feridas em mais de uma dúzia de aldeias na área de fronteira.
Manifestantes, alguns deles empunhando bandeiras do Hezbollah, tentaram entrar em várias aldeias para protestar contra o facto de Israel não se ter retirado do sul do Líbano no prazo de 60 dias, que termina hoje, estipulado no acordo de cessar-fogo que pôs termo à guerra entre Israel e o movimento xiita libanês Hezbollah, em fins de novembro.
Israel disse que precisa ficar mais tempo porque o exército libanês não foi enviado para todas as áreas do sul do Líbano para garantir que o Hezbollah não restabeleça a sua presença na área. O exército libanês disse que não pode ser enviado até que as forças israelitas se retirem.
O exército israelita responsabilizou o Hezbollah por incitar os protestos de hoje.
Nesse sentido, as Nações Unidas alertaram hoje que as condições para o regresso ao Líbano de residentes de localidades fronteiriças com Israel "ainda não estão reunidas", no dia em que o exército israelita atacou o sul do país.
"O fogo do inimigo israelita é parte da sua contínua agressão contra cidadãos e soldados nas áreas da fronteira sul", afirmou o exército libanês num comunicado.
Segundo a ONU, o exército israelita destacado no setor vai manter-se na região apesar de expirar o prazo estabelecido para a sua retirada, premissa integrada no acordo de cessar-fogo com o Hezbollah.
"Ainda não estão reunidas as condições para o regresso seguro dos cidadãos às suas aldeias ao longo da Linha Azul", afirmaram numa declaração conjunta a representante da ONU para o Líbano, Jeanine Hennis-Plasschaert, e o general Aroldo Lazaro, comandante da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL).
"As comunidades deslocadas [...] são, portanto, mais uma vez chamadas a ter cautela", acrescentaram.
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