O presidente da Argentina, Javier Milei, saiu em defesa de Elon Musk, após pelo menos duas situações em que o magnata da tecnologia foi associado a posicionamentos polémicos - e relacionados com o nazismo.
Num discurso feito esta segunda-feira, em que se assinala o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, Milei apontou o dedo a "grupos de Esquerda" e às acusações feitas a Musk.
"Cuidado com aqueles que, de uma forma banal, lançam acusações e categorizações nazis a quem não concorda com a sua forma de pensar", referiu Milei na sua intervenção no Museu do Holocausto de Buenos Aires, acrescentando: "Foi o que os grupos de Esquerda fizeram em todo o mundo com o meu amigo Elon Musk, que é um impecável defensor do Estado de Israel", acrescentou o argentino.
Durante o seu discurso, que contou com a presença de sobreviventes de campos de concentração nazis, o líder argentino referiu ainda que "estas falsas acusações vêm das mesmas pessoas que defendem os terroristas do Hamas e se manifestam contra o Estado de Israel".
Reforçando os elogios a Musk, disse que "o seu compromisso na luta contra o antissemitismo e em assegurar o respeito pela segurança e soberania de Israel está bem documentado".
Note-se que estas declarações surgem depois de Musk ter surgido num vídeo emitido pela campanha do partido extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD). Nas imagens, Musk dizia "as crianças não devem ser culpadas pelos pecados dos seus pais, muito menos dos seus bisavós" e que era "há demasiado enfoque na culpa do passado e temos de ultrapassar isso". O vídeo surgiu no sábado e entretanto já foi condenado por vários políticos, como o chanceler alemão, Olaf Scholz, ou o primeiro-ministro polaco, Donald Trusk. Também o presidente do Centro Mundial de Memória do Holocausto, Dani Dayan, condenou as palavras de Musk, dizendo que o reconhecimento da situação era "essencial" para a Alemanha e que não o fazer era "um insulto às vítimas".
Um gesto vale mais do que mil palavras?
Mas apesar de estas declarações serem recentes, não são as únicas polémicas 'frescas', já que Musk ficou nos holofotes depois de ter, aparentemente, feito um gesto de saudação nazi - duas vezes.
O caso aconteceu numa cerimónia horas depois de Donald Trump tomar posse como presidente dos Estados Unidos. Após ser acusado de fazer a saudaçãonazi, Musk negou-o, dizendo que "foi um golpe sujo" e que "o ataque de 'toda a gente é Hitler' estava esgotado". Em Davos, na Suíça, Milei defendeu o amigo já na semana passada, dizendo que o gesto em causa - que pode recordar aqui - foi "inocente", e criticou ainda a "ideologia woke". Quanto a esta situação, Musk foi também defendido pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que apontou que Musk era um "amigo de Israel" que estava a "ser difamado".
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