As declarações do primeiro-ministro da Gronelândia, Mute Egede, ocorrem na véspera das eleições parlamentares no território autónomo dinamarquês e foram transmitidas pelo canal de televisão público da Dinamarca.
Edge disse na entrevista que a ordem mundial está a mudar "em muitas frentes" lamentando as posições do chefe de Estado norte-americano.
"[Donald Trump] é muito imprevisível e isso preocupa as pessoas", disse Egede.
Apesar de a nova Administração norte-americana insistir que quer tomar a Gronelândia, o chefe do governo autónomo reiterou que os habitantes da Gronelândia, que têm como objetivo a independência, não querem ser nem dinamarqueses nem norte-americanos.
"Com o que aconteceu recentemente, com o que o presidente norte-americano disse e fez, não queremos estar tão perto (dos Estados Unidos), como talvez quiséssemos estar antes", afirmou, criticando o Presidente Donald Trump por não os tratar os habitantes do território "com respeito".
Egede acrescentou que após as eleições de terça-feira é preciso estabelecer um rumo robusto no sentido da independência, detalhando em particular a diversificação da economia da ilha ártica e o desenvolvimento de certas indústrias como o turismo, a mineração e a energia verde.
O líder político defende o futuro da Gronelândia no quadro do que classificou como aliança ocidental.
"Há questões de segurança e de política de defesa que exigem que nos aliemos a outros países com os quais já estamos ligados", afirmou.
A independência é uma das questões presentes nas eleições legislativas de terça-feira, com a maioria dos 57 mil habitantes da Gronelândia a afirmarem que não querem ser dinamarqueses nem norte-americanos.
O interesse pela Gronelândia foi reafirmado por Donald Trump pouco depois de ter tomado posse como chefe de Estado, em janeiro, no quadro de uma política externa que engloba exigências à Ucrânia para que entregue os direitos sobre minerais em troca de ajuda militar, ameaças sobre o controlo do Canal do Panamá e sugestões de que o Canadá se torne no 51.º Estado dos Estados Unidos.
A Gronelândia é um território autónomo da Dinamarca, país aliado dos Estados Unidos.
Copenhaga já rejeitou as propostas de Donald Trump.
Na maior ilha do mundo com 80% do território acima do Círculo Polar Ártico vivem 57 mil pessoas, na maioria inuit.
As alterações climáticas estão a reduzir o gelo do Ártico, prevendo a criação de uma passagem para o comércio internacional e reacendendo a competição com a Rússia, a República Popular da China e Estados Unidos pelo acesso aos recursos minerais da região.
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