Israel diz que há "milhares" de agentes do Hamas e da Jihad na Síria

O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Saar, afirmou hoje existirem "milhares" de operacionais do Hamas e da Jihad Islâmica na Síria que procuram "criar outra frente de guerra contra Israel".

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© ANDREAS SOLARO/AFP via Getty Images

Lusa
10/03/2025 11:58 ‧ há 3 horas por Lusa

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Médio Oriente

Jerusalém, 10 mar 2025 (Lusa) -- O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Saar, afirmou hoje existirem "milhares" de operacionais do Hamas e da Jihad Islâmica na Síria que procuram "criar outra frente de guerra contra Israel".

 

Num encontro com o homólogo luxemburguês, Xavier Bettel, em Jerusalém, Saar sublinhou que Israel não permitirá que se forme "uma ameaça jihadista" na fronteira entre os dois países.

A zona é ocupada pelo exército israelita desde dezembro passado, bem como a área desmilitarizada em território sírio, onde prevê que a presença se mantenha "indefinidamente".

O chefe da diplomacia israelita não forneceu mais pormenores ou provas da presença destes milicianos na Síria.

"A Europa deve erguer uma voz clara perante o assassínio em massa de civis alauitas e cristãos na Síria", afirmou o ministro, referindo-se à operação do novo governo sírio nas províncias costeiras de Latakia e Tartous contra os grupos leais ao regime do deposto Bashar al-Assad.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), uma organização não-governamental com sede no Reino Unido e uma vasta rede de parceiros no terreno, afirma que, durante estes confrontos, as forças sírias e outros grupos aliados "executaram" e mataram "a sangue frio" mais de 970 civis da minoria alauíta, o ramo do Islão xiita professado pelo clã de al-Assad e cujo núcleo se situa em Latakia e Tartous.

No entanto, o observatório indica que o número de mortos poderá ultrapassar os 1.300, pois há a juntar aos civis mortos 231 membros das forças de segurança e do Ministério da Defesa e 250 milicianos alauitas.

Hoje, o Ministério da Defesa sírio anunciou o fim da operação militar no oeste do país.

"Anunciamos o fim da operação militar [...] na sequência do êxito das nossas forças em atingir todos os objetivos fixados", declarou o porta-voz do ministério, Hassan Abdel Ghani, citado pela agência oficial Sana.

Os combates opuseram as forças de segurança aos grupos partidários do ex-presidente da Síria, Bashar al-Assad, que foi deposto em dezembro de 2024 e que se exilou na Rússia, um dos apoiantes do seu regime, juntamente com o Irão.

No domingo, fontes da presidência dinamarquesa do Conselho de Segurança da ONU indicaram que este órgão das Nações Unidas se reúne hoje de emergência a pedido de vários Estados-membros para discutir o massacre de mais de mil pessoas, a maioria civis, na Síria. 

A reunião será realizada à porta fechada, pela manhã, acrescentaram, e provavelmente contará com a participação do enviado especial para a Síria, o diplomata norueguês Geir Pedersen.

Há uma semana, o ministro da Defesa israelita, Israel Katz, deu instruções ao exército para se preparar para defender a comunidade drusa de Jaramana, nos subúrbios de Damasco, onde afirmam estar a ser "atacados" pelas forças do novo regime sírio.

"Envio uma mensagem clara e forte de aviso: se o regime prejudicar os drusos, nós prejudicá-los-emos", advertiu.

No domingo, disse que Israel estava a preparar-se para permitir que os drusos sírios fossem trabalhar nas aldeias dos Montes Golã (território sírio ocupado por Israel desde 1967 e anexado em 1981) "em breve".

Existe uma grande comunidade de drusos em Israel, muitos dos quais possuem passaportes israelitas e estão instalados nos Montes Golã ocupados.

Leia Também: "Não vamos acabar a guerra até que consigamos erradicar o Hamas de vez"

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