Estudante israelita detido e multado por fazer saudação nazi em Auschwitz

Um estudante israelita foi detido pela polícia polaca no domingo e multado na sequência de uma queixa de que teria feito uma saudação nazi à entrada do campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau.

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© Klaudia Radecka/NurPhoto via Getty Images

Lusa
10/03/2025 11:55 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Auschwitz

O incidente, ocorrido durante uma viagem escolar, foi confirmado hoje pela porta-voz da polícia Malgorzata Jurecka, de Oswiecim, a cidade do sul da Polónia onde se situa o antigo campo de extermínio nazi.

 

A porta-voz explicou que os guardas do museu observaram o jovem a fazer uma saudação nazi em frente ao portão principal do antigo campo Auschwitz I tendo a polícia recolhido provas sobre o comportamento do estudante do ensino secundário israelita.

No final da tarde (domingo), foi acusado de exaltação pública do nazismo, acrescentou a porta-voz da polícia polaca, explicando que o adolescente admitiu a infração tendo sido multado em 350 euros.

O jovem de 17 anos encontrava-se numa visita de estudo organizada pela escola secundária Kiryat Bialik de Israel.

Um colega de turma, citado pelo Times of Israel, afirmou que o estudante estava "apenas a acenar" a uma colega de turma para interferir numa fotografia que ela estava a tentar captar dos portões do campo.

O portão de ferro mantém a com a inscrição colocada pelo regime nazi "Arbeit macht frei" ("O trabalho libertar-te-á").

"Eu disse-lhe para baixar a mão porque não ficava bem", disse a companheira do jovem, acrescentando que os seguranças do museu não ouviram ninguém e não deixaram falar os estudantes. 

Num filme gravado pelos estudantes e transmitido pela televisão polaca, o jovem pode ser visto a levantar novamente o braço quando a rapariga tentou fazer uma segunda fotografia.

Na Polónia, a saudação nazi é ilegal ao abrigo das leis que proíbem os símbolos fascistas e a glorificação pública de ideologias totalitárias ou a exibição de símbolos, vestuário ou gestos com relacionados.

Estes crimes podem ser sentenciados com penas até aos dois anos de prisão.

O Ministério da Educação de Israel emitiu um comunicado em que afirma ter levado "muito a sério este incidente invulgar", que descreveu como inaceitável e completamente contrário aos valores da educação israelita.

O Museu Auschwitz-Birkenau também condenou o incidente numa declaração através do portal oficial.

A instituição refere que cometer "tal ato" no local onde a Alemanha nazi assassinou cerca de um milhão de judeus, juntamente com dezenas de milhares de polacos, ciganos, prisioneiros de guerra soviéticos e outros, não só é profundamente ofensivo e moralmente repreensível, constitui uma violação da lei.

Todos os anos, cerca de 25 mil estudantes judeus israelitas do ensino secundário fazem viagens de estudo a locais relacionados com o Holocausto na Polónia ocupada durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

As visitas de estudo dos alunos de Israel, interrompidas durante três anos, devido a divergências entre os governos israelita e polaco, foram retomadas em 2023.

Em janeiro de 2022, uma turista holandesa de 29 anos foi detida por fazer a saudação nazi no mesmo local.

A turista foi detida e multada, declarando que se tratou de uma brincadeira estúpida da qual se arrependia.

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