Numa mensagem publicada no domingo na plataforma social X, antigo Twitter, a Marinha Real anunciou que o sétimo submarino da classe Astute, que está atualmente em construção, vai chamar-se Achilles, ao abrigo da recomendação do Comité dos Nomes e Insígnias de Navios da Marinha Real, aprovada pelo Rei Carlos III.
A decisão altera o que tinha sido aprovado pela ex-rainha Isabel II, que, em 2018, aprovou que este se chamasse HMS Agincourt (a grafia inglesa da comuna francesa de Azincourt), proposto pelo mesmo comité.
Agora, a comunicação social britânica afirma, citando que oficiais das Forças Armadas, que a decisão foi tomada para não ofender os franceses, para quem Azincourt é de má memória devido a uma batalha na Guerra dos Cem Anos.
Também no X, o antigo ministro da Defesa, Grant Schapps, disse hoje que a alteração é "um sacrilégio" e deixou críticas aos trabalhistas.
Azincourt, no norte de França, foi palco de uma esmagadora derrota dos franceses contra os exércitos de Henrique V, em 25 de outubro de 1415, no auge da Guerra dos Cem Anos.
Na rádio Times, citado pela agência France-Presse (AFP), o contra-almirante Chris Parry também acusou os trabalhistas de "cobardia politicamente correta".
"Receio que agora possamos perder [a estação de] Waterloo e a praça de Trafalgar", acrescentou.
Já o antigo ministro da defesa Ben Wallace, também conservador, atirou que os franceses "estão entre os aliados mais próximos" de Londres e "não se ofendem com um nome destes".
A Marinha britânica considera que o nome Achilles é apropriado, uma vez que este ano são comemorados 80 anos da vitória dos Aliados sobre o Japão (15 de agosto de 1945) e o Armistício da Segunda Guerra Mundial (08 de maio de 1945).
Já seis navios tiveram o nome de Achilles, tendo um deles estado envolvido nas batalhas do Rio de la Plata (1939) e de Okinawa (1945).
Por sua vez, vários navios da marinha receberam a designação de Azincourt/Agincourt, sem que tal tenha, segundo a AFP, colocado em causa as relações entre Londres e Paris.
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